Aécio diz que Dilma venceu cometendo ilegalidades
Presidente afastada afirmou que seandor tucano a acusou "sistematicamente" após o pleito
© Pedro França/Agência Senado
Política Impeachment
Após o almoço, a sessão do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, foi retomara pelo presidente do STF, Ricardo Lewandowski, com a pergunta do senador Aécio Neves (PSDB-MG). "Não poderia imaginar que depois do debate nos encontraríamos no Senado Federal nesta posição", afirmou o senador, antes de dizer que não agia com alegria nesta função.
Aécio destacou trechos do discurso inicial de Dilma e disse que "não é desonra alguma perder eleições, sobretudo quando se defende ideias e se cumpre a lei. Eu não diria o mesmo quando se vence as eleições faltando com a verdade e cometendo ilegalidades".
"Por outro lado vejo que Vossa Excelência recorre aos votos que recebeu como justificativa. Não é salvo conduto. É delegação que pressupõe deveres e direitos, e o maior dos deveres de quem recebe votos é o respeito a leis e à Constituição."
Aécio citou falas de Dilma em debates eleitorais de 2014, mencionando respostas sobre inflação, baixo crescimento da economia e dívida pública.
Depois, perguntou: "Em que dimensão Vossa Excelência e seu governo se sentem sinceramente responsáveis por essa recessão, pelos 12 milhões de desempregados no Brasil, por 60 milhões de brasileiros com suas contas atrasadas e uma perda média de 5% da renda dos trabalhadores brasileiros?".
Dilma começou sua resposta a Aécio também falando que "jamais imaginaria" que, após os debates eleitorais em 2014, voltaria a encontrar o senador nesta situação.
A presidente afastada afirmou que Aécio a acusou "sistematicamente" após o pleito. Ela menciona tentativas de impugnar seu mandato, como recontagem das urnas eletrônicas e dos gastos com a campanha eleitoral.
Voltou a citar fatores para justificar a crise econômica, como a desvalorização do real, a elevação dos juros nos EUA, as secas no Brasil e a desaceleração da China, além de criticar a eleição de Eduardo Cunha à Presidência da Câmara dos Deputados, o que, segundo ela, "produziu situação complexa" para o governo.
"Eu quero deixar claro, senador, que eu respeito o voto direto neste país. Acho que o voto direto é uma grande conquista nossa", afirmou. "Por isso respeito todos que concorreram comigo. Agora não respeito a eleição indireta que é produto de processo de impeachment sem crime de responsabilidade."
"Eu tenho a certeza que uniu-se duas forças diferentes, uma que queria impedir que a sangria continuasse, com uma força que queria impedir que nós saíssemos da crise", afirmou. Com informações da Folhapress.