Cassação de Cunha mostra diferenças entre evangélicos
"Eu pediria a vocês o voto, e que Deus possa iluminar vocês", pediu Cunha, membro da Assembleia de Deus
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Política Fé
Deputados de diferentes igrejas evangélicas usaram a mesma Bíblia para defender diferentes posições em relação à cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara, agora com direitos políticos suspensos por oito anos.
"Eu pediria a vocês o voto, e que Deus possa iluminar vocês", pediu Cunha, membro da Assembleia de Deus, maior denominação evangélica do País, no fim de seu discurso de defesa na sessão de segunda-feira (12).
Cunha é dono de mais de 200 sites na internet com cunho religioso, entre eles Jesus.com, Louvejesus.com, Portaljesusmais.com.br e Facebookjesus.com.br.
De acordo com o portal IG, minutos depois, entretanto, foi chamado de "fariseu" pela deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), também evangélica, seguidora da igreja Presbiteriana e apoiadora da candidatura de Marcelo Crivella à prefeitura do Rio, membro da Igreja Universal do Reino de Deus.
Cabo Daciolo (PTdoB-RJ), que se apresenta como evangélico fervoroso, mas sem ligação direta com nenhuma igreja, chegou a rezar um trecho do Pai Nosso no palanque do plenário. "Eu sou cristão, e a maior decepção que eu tive no Congresso foi a bancada evangélica", afirmou, enquanto segurava a Bíblia.
Já o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), da Catedral do Avivamento, foi um dos 10 deputados a votarem contra a cassação de Cunha. Ele, contudo, ficou mudo durante toda a sessão.
Feliciano é um dos dez deputados (de um total de 469) que votaram em favor de Cunha. Os demais foram Arthur Lira (PP-AL), Carlos Andrade (PHS-RR), Carlos Marun (PMDB-MS), Dâmina Pereira (PSL-MG), João Carlos Bacelar (PR-BA), Jozi Araújo (PTN-AP), Júlia Marinho (PSC-PA), Paulinho da Força (SD-SP) e Wellington Roberto (PR-PB).