De wi-fi a Viagra, candidatos inovam para comprar votos
Em operações de fiscalização eleitoral, TRE flagra disponibilização de wi-fi, entrega de pizza e distribuição de remédios por candidatos
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Política RIO-eleições
Em operação de fiscalização eleitoral na comunidade de Vila Serrana, no município de Magé, Rio de Janeiro, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) identificou dois pontos de wi-fi grátis. Uma das redes tinha o slogan “Juntos Venceremos”, do candidato a vereador Neneco da Limeira, que estava em campanha na comunidade no dia da fiscalização.
Alguns minutos após a chegada do TRE à comunidade, o wi-fi não estava mais disponível. O candidato a vereador negou ser responsável pelo fornecimento do sinal de internet.
Foi uma coincidência o nome (da rede) do wi-fi ser justamente o meu slogan. Na minha residência não tem nem sinal de internet. Sei quem pôs o wi-fi, mas não estou aqui para denunciar ninguém."Segundo reportagem do O Globo, os políticos que insistem neste tipo de prática assistencialista e ilegal estão se adaptando aos novos tempos e disponibilizando serviços que atendam às necessidades atuais do seu eleitorado. Em substituição às tradicionais cestas básicas, óculos e outras ofertas comuns em eleições anteriores, agora eles oferecem, além do sinal de wi-fi, distribuição de pizza e caixas de remédios como Viagra e Cialis, usados no tratamento de disfunção erétil.
O candidato Marcus Guedes (PSDB) foi flagrado distribuindo Viagra e Cialis em sua clínica popular na Ilha do Governador. Guedes se defendeu dizendo que os pacientes pagam pela consulta, porém a clínica estava cheia e não havia dinheiro no caixa.
O coordenador eleitoral estadual do TRE-RJ, juiz Marcello Rubioli, explicou que estas ações são crimes eleitorais para a captação de votos. "No caso do médico, há uma simulação de que ele está atendendo as pessoas por força da profissão e distribuindo remédios. Havia tanto amostras grátis, como remédios comuns na clínica. Ele mascara o crime eleitoral", controu Rubioli.
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