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Moro libera 1º delator da Lava Jato de usar tornozeleira eletrônica

A única obrigação de Costa agora será prestar quatro horas de serviços comunitários por semana por mais três anos

Moro libera 1º delator da Lava Jato de
usar tornozeleira eletrônica
Notícias ao Minuto Brasil

05:25 - 03/11/16 por Notícias Ao Minuto

Política Primeiro

O pior dos pesadelos para os delatores da Lava Jato é a tornozeleira eletrônica. Pois o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa vai ser o primeiro a se livrar do instrumento policial e passa a ter direito a partir desta quinta-feira (3) de não ser mais monitorado pela Polícia Federal (PF), de acordo com a decisão do juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da operação na primeira instância.

Segundo a Folha de S. Paulo, a única obrigação de Costa agora será prestar quatro horas de serviços comunitários por semana por mais três anos, até novembro de 2019.

O juiz recusou o pedido dos procuradores, que queriam que ele continuasse com a obrigação de voltar para casa à noite.

Por precisa ser carregada na tomada, às vezes a cada quatro horas, a tornozeleira é considerada um estorvo. Além disso, pode dar problemas, o que faz com que a PF desconfie de fuga quando se trata de falha.

Paulo Roberto Costa é considerado um dos mais importantes colaboradores porque revelou como o esquema funcionava dentro da estatal e da interface desses negócios ilícitos com os partidos. Foi o executivo quem indicou pela primeira vez que um percentual que variava de 1% a 3% do valor dos contratos ficava com partidos como PT, PP e PMDB.

Assumiu o cargo de diretor do abastecimento pelo PP em 2004, e teve que recorrer ao apoio do PMDB em dezembro 2006, quando seus inimigos tentaram tirar-lhe do posto quando estava internado numa UTI (Unidade de Terapia Intensiva) à beira de morte, conforme o relato que fez ao juiz Sergio Moro. Ele permaneceu na direção até 2012.

Costa foi preso em março de 2014, e conseguiu a liberdade dias depois. Em junho foi preso novamente, desta vez acusado de ter contas secretas na Suíça, pelas quais passaram US$ 23 milhões, e de um suposto risco de fuga.

Após os fatos, ele ainda teria contado que recebera esses recursos da Odebrecht, empreiteira que atualmente negocia seu próprio acordo de colaboração premiada.

Ao todo, o ex-diretor recebeu cerca de R$ 100 milhões em suborno, em valores corrigidos.

Ele devolveu o montante e bens que havia comprado com a propina, como uma lancha e um veículo Land Rover Evoke.

Depois da segundo prisão, Costa mudou de advogados e decidiu fazer um acordo de delação premiada com os procuradores.

Os acordos celebrados por Costa e pelo doleiro Alberto Youssef são considerados dois dos mais importantes da Lava Jato porque desvendaram a corrupção dentro da Petrobras e a forma como a propina circulava entre funcionários públicos, políticos e partidos por meio do doleiro.

Youssef fechou sua delação pouco depois do ex-diretor de abastecimento.

Desde outubro do ano passado, Costa cumpria a pena em regime semiaberto: voltava para casa, em Itaipava, na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, às 20h e não podia sair nos fins de semana.

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