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Família de Eduardo Campos: discreta, mas atuante

Dois filhos do ex-governador participam de gestões do PSB

Família de Eduardo Campos: discreta, mas atuante
Notícias ao Minuto Brasil

06:25 - 03/11/16 por Notícias Ao Minuto

Política Ex-governador

Após exatos dois anos da trágica morte de Eduardo Campos, político que consumou a hegemonia do PSB em Pernambuco, sua família segue politicamente atuante. Dos cinco filhos do ex-governador e Renata, dois participam dos gestões socialistas - a mais velha, Maria Eduarda (24), na prefeitura de Recife, e João (22), o segundo mais velho, no governo pernambucano.

Segundo O Globo, João é considerado o verdadeiro herdeiro político de Campos. Amigos do político falecido afirmam que Eduardo tinha planos para que o filho seguisse seus passos, estreando a carreira política em 2018 como deputado federal. João está seguindo exatamente o roteiro programado pelo pai.

Mesmo não assumindo publicamente, todos no entorno de João confirmam seu desejo de de integrar a nova Legislatura no Congresso Nacional. Ele participou de eventos da campanha à reeleição do prefeito Geraldo Júlio e no primeiro turno percorreu 52 cidades do interior do estado para ocupar palanques de aliados, a maioria do PSB. No estado, a legenda fez 69 prefeituras, de um total de 184 municípios.

O jovem era estudante de engenharia quando viajava com o pai pelo interior pernambucano, o acompanhando nas agendas de governador. Embora seja tímido, tem os trejeitos e o carisma do pai.

Na reta final do primeiro turno, João dividiu o palco com Geraldo Julio e visivelmente exercia uma conexão com a plateia.

"Eu só queria pedir uma coisa a vocês: não vamos descansar até o dia da eleição. Até lá, é como dizia Eduardo e Geraldo: é todo dia pegado no serviço. De manhã, de tarde e de noite", gritou, empolgando o público presente.

Renata, viúva de Eduardo, procura não se envolver diretamente na disputa. Nos bastidores, contudo, segue exercendo o papel chave que sempre teve enquanto o marido era vivo. Dentro do partido é considerada uma voz de peso.

"Ela participa de tudo.Os expoentes do partido não deixam de ouvi-la. Ela é a instância de legitimação das decisões, é como se fosse a presidente do conselho de administração", afirma um amigo da família. Ela, por outro lado, nunca quis ocupar um lugar de destaque, apesar dos convites que recebeu, além de não falar com a imprensa. Os filhos fazem o mesmo.

O recolhimento é compreensível. Além da morte súbita do marido, Renata ficou viúva quando o caçula dos cinco filhos tinha apenas sete meses. Após o primeiro período de luto, surgiram ainda as denúncias sobre a avião usado por Eduardo Campos no momento do acidente e sobre o financiamento de suas últimas campanhas.

Num desdobramento da Operação Lava Jato, a Polícia Federal deflagrou a operação Turbulência, que apura um esquema de lavagem de dinheiro que coloca sob suspeita financiamento da campanha de Campos em 2010, quando se reelegeu governador, e em 2014, quando concorreu à Presidência tendo Marina Silva como vice.

No caso da campanha de 2014, investiga-se se a organização criminosa que desviou recursos da Petrobras usou dinheiro de corrupção para financiar o avião que caiu em Santos, quando transportava Campos e sua equipe. Uma outra operação, a Fair Play, apura a obra da Arena de Pernambuco, contratada na gestão de Campos. Realizada pela Odebrecht, a construção pode ter superfaturado R$ 48,7 milhões.

Geraldo Julio garante que não há constrangimento com relação às denúncias envolvendo seu padrinho político, cuja imagem apareceu em seus programas eleitorais.

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