"Sou contra a operação abafa", diz ministro do STF sobre Lava Jato
Em entrevista, Luís Roberto Barroso defendeu o fim da cultura de "impunidade" no país
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Política Entrevista
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso condenou o que chama de "operação abafa" e defendeu o fim do "paradigma pervertido de absoluta impunidade" no país em entrevista publicada nesta segunda-feira (14) no jornal Folha de S. Paulo.
Defensor da Lava Jato, o ministro do Supremo afirma também concorda com o fim do foro privilegiado. "Eu falo sobre isso há mais de dez anos. Quem deve ter foro no Supremo? Os chefes de Poder e talvez os ministros do Supremo, e mais ninguém", afirma.
Embora negue a existência de uma tentativa de desvirtuamento da Operação Lava Jato, ele afirma que é preciso estar atento às investigações. "A quantidade de interesses que foram revolvidos [pela Lava Jato] faz com que isso [a 'operação abafa' seja uma possibilidade. É preciso estar atento", alerta.
"No geral, tanto o juiz [Sergio Moro] como o Ministério Público e a Polícia Federal prestam um bom serviço ao ajudar a revelar a extensão e a profundidade do que ocorria. E você não consegue mudar um paradigma pervertido de absoluta impunidade fazendo mais do mesmo".
"Agora, tudo o que envolve persecução penal deve ser olhado com cautela. Se tem um espaço na vida em que o risco de abuso é perigoso, é o processo criminal", defendeu.
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