Para Paes, crise política e econômica causou problemas ao Rio-2016
"O governo federal era uma completa confusão", disse o prefeito do Rio de Janeiro durante conferência em Tóquio
© Reuters
Política Olimpíadas
Os organizadores dos Jogos Olímpicos Rio-2016 iniciaram nesta segunda-feira uma conferência de três dias, em Tóquio, conhecido como "debrief', em que repassam o conhecimento adquirido na organização da Olimpíada aos que vão ou pretender organizar os próximos Jogos de Inverno e Verão: Pyeongchang-2018, Tóquio-2020, Pequim-2022 e as candidaturas de Los Angeles, Paris e Budapeste a 2024.
O início da conferência teve uma mesa redonda com a participação, entre outros, da governadora de Tóquio, Yuriko Koike, do chefe-executivo do Comitê Tóquio-2020, e dos brasileiros Eduardo Paes, prefeito do Rio, e Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Rio-2016.
As conversas inicias do debrief se centraram nas dificuldades encontradas pelos organizadores do Rio-2016 de realizarem uma Olimpíada diante de um cenário caótico economica e financeiramente no Brasil.
"A crise política e econômica foi o pior para mim. Nós tivemos três presidentes, três governadores. O governo federal era uma completa confusão, enquanto o governo estadual estava quebrada antes do fim de 2015. Eu estava o tempo todo lá e eu queria falar constantemente para as pessoas: 'Não se preocupem, tudo vai dar certo', mas é difícil", revelou Paes, em declarações reproduzidas pelo site Inside The Game.
Quando perguntado com que frequência ele perdia o sono por causa dos problemas da Rio-2016, ele disse: "Todos os dias", reforçando a remodelação da região portuária, no projeto chamado Porto Maravilha, como seu grande legado, que não teria sido feito sem os Jogos.
O evento em Tóquio é também a passagem oficial das bandeiras olímpicas e paralímpicas da prefeitura carioca para o governo da capital japonesa. Na abertura da conferência, Koike lembrou que "a bandeira em si não é pesada, mas que a responsabilidade que vem com ela é".
Sobre de debrief, disse que Tóquio deve capitalizar a experiência do Rio para se preparar para 2020. "No Brasil, muita atenção foi dada aos cortes de custos. O uso de sobreposição nas instalações era perceptível, e usando não apenas o dinheiro dos contribuintes, mas também o financiamento privado era algo perceptível. Foi uma sugestão importante feita para nós", reiterou Muto.
A conferência, que não tem a presença do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) Thomas Bach, continua na terça e na quarta-feira. Entre quinta e sexta, todas as esferas de governo que participam da organização dos Jogos de Tóquio-2020 se reúnem entre si e o COI para decidir temas-chave, como locais de competição. Com informações Estadão Conteúdo.