Filho de Cerveró reafirma pressão de Delcídio para impedir delação
Em depoimento, Bernardo Cerveró disse que recebeu R$ 50 mil para que o nome do senador não fosse mencionado
© Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
Política Lava Jato
Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou novamente em depoimento que o ex-senador Delcídio do Amaral o pressionou para impedir que seu pai fizesse um acordo de delação premiada. A declaração foi feita à Justiça Federal de Brasília, nesta segunda-feira (28).
Entre os nomes envolvidos na denúncia de compra de silêncio de Cerveró estava o de Lula. Entretanto, nas quase duas horas de depoimento, Bernando não citou a participação do ex-presidente.
Bernando também afirmou que o advogado Edson Ribeiro recebeu, de Delcídio, R$ 50 mil para que seu pai não citasse casos que envolvessem o senador na delação. Em um segundo momento, durante uma uma reunião no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, o próprio senador teria pedido para Bernardo o silêncio de Cerveró.
“No Santos Dumont, ele diz explicitamente, ele me pede textualmente para não fazer delação. Que ele [Nestor] ia ficar refém dos procuradores. Que o Paulo Roberto [ex-diretor da Petrobras, que também fechou acordo de delação] tinha ficado endividadíssimo”, disse Bernardo.
Conforme informações do G1, Bernando também informou que tanto Edson, quanto Delcídio também tentaram evitar que o lobista Fernando Baiano - outro delator da Lava Jato - fizesse menção ao senador durante os acordos de delação.
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