MPF: Mulher de Cabral recebia até R$ 300 mil de propina por semana
Investigadores da força-tarefa chegaram a esta conclusão após ouvirem depoimentos da secretária de Adriana e ver fotos da portaria do prédio onde fica o escritório dela
© Ricardo Moraes / Reuters
Política mala de dinheiro
A advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, foi presa, nesta terça (6), por receber uma mala de dinheiro semanalmente em seu escritório, no Rio de Janeiro. O dinheiro seria de propinas pagas a Sérgio Cabral. De acordo com o G1, os valores variavam entre R$ 200 mil e R$ 300 mil.
Os investigadores da força-tarefa chegaram a esta conclusão após ouvirem depoimentos da secretária de Adriana e ver fotos da portaria do prédio onde está localizado o escritório.
Algumas dessas fotografias são de Luiz Carlos Bezerra, que, de acordo com os investigadores, era quem recolhia a propina junto às empreiteiras e também está envolvido no esquema de lavagem de dinheiro com joalherias.
A Lava Jato identificou que foram realizadas ao menos 19 visitas de Bezerra a Adriana Ancelmo e 98 contatos telefônicos entre os dois.
O juiz justifica a prisão da ex-primeira dama dizendo que "a permanência de Adriana Ancelmo em liberdade representa evidente risco à ordem pública, sendo grande a probabilidade de que a mesma continuará na prática de ilícitos e persevere na ocultação do produto dos crimes perpetrados contra a Administração Pública".
A ré nega qualquer relação com Luiz Carlos Bezerra. "Luiz Carlos Bezerra é um amigo de Sérgio Cabral da época da juventude e não tem qualquer relação financeira com a sua família. Não tem conhecimento da razão da existência de contabilidade de Carlos Bezerra (como é chamado) em nome de sua família...”, disse à PF.
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