O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nota à imprensa, na noite de sábado (10), informando que solicitará abertura de investigação para apurar o vazamento a jornalistas de "documento sigiloso" relativo à delação de um dos executivos da Odebrecht, o ex-diretor da empresa Cláudio Melo Filho.

"O vazamento do documento que constituiria objeto de colaboração, além de ilegal, não auxilia os trabalhos sérios que são desenvolvidos e é causa de grave preocupação para o Ministério Público Federal, que segue com a determinação de apurar todos os fatos com responsabilidade e profissionalismo", informou o Ministério Público.

Ainda de acordo com a nota, o Ministério Público Federal "volta a expressar que todo documento de colaboração, para que possa ser usado como prova e para que tenha cláusulas produzindo efeitos jurídicos para o colaborador, somente possui validade jurídica após regular homologação pelo Supremo Tribunal Federal".

Segundo o G1, no acordo de delação premiada a que Janot se refere, Cláudio Melo Filho afirma que o presidente Michel Temer pediu contribuições financeiras, em 2014, no valor de R$ 10 milhões, durante reunião no Palácio do Jaburu. Além disso, nas 82 páginas de seu depoimento na Lava Jato, o ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht cita os nomes de 51 políticos de 11 partidos.

Leia também: Nome de Temer é citado 43 vezes em delação