Deputados acusam Planalto de travar emenda para eleições diretas
Presidente da CCJ estaria sob pressão da Casa Civil para não votar medida que altera a Constituição
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Política Fora Temer
Uma emenda apresentada pelo deputado Miro Teixeira para a realizações de eleições diretas para presidente em 2017 está parada há seis meses na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.
De acordo com a Folha de S. Paulo, o autor e relator da proposta, Espiridião Amin, contou que o presidente da CCJ, Osmar Serraglio está sob pressão da Casa Civil para não votar a emenda.
Segundo relatou ao jornal, o governo receia que o presidente Michel Temer fique fragilizado se o texto que permite a sua substituição por eleições diretas for aprovado.
Miro apresentou a emenda no dia 1 de junho, no dia 7, Amin entregou o relatório para a votação em plenário e pediu prioridade. O relator conta que, a princípio, Serraglio concordou, mas acabou voltando atrás na decisão.
A Constituição prevê eleições indiretas se o presidente e o vice forem afastados após metade do mandato. A emenda de Miro, então, altera esta regra e institui eleições diretas até seis meses para o fim do mandato de presidente da República.
"O Brasil não suportará uma eleição indireta. Se o ex-vice-presidente já é contestado, imagine um novo presidente eleito pelo Congresso de forma indireta", pontua o deputado.
Curiosamente, os dois deputados que agora acusam o Planalto de travar a medida votaram a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef.
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