Com trajetória polêmica, Moraes pode ficar no STF até 2043
Ministro da Justiça, indicado a vaga no STF, é alvo de críticas de juristas
© Ueslei Marcelino / Reuters
Política Supremo
Caso passe na sabatina do Senado, o ministro Alexandre de Moraes pode ficar no Supremo Tribunal Federal (STF) até 2043.
Aos 49 anos, Moraes pode passar 26 como ministro da Corte se as regras compulsórias de aposentadoria não mudarem e a idade limite permanecer a atual, de acordo com estimativa do site Justificando. Atualmente, o cargo de ministro do Supremo é vitalício. Sua nomeação, na segunda-feira (6), recebeu críticas da oposição e elogios de aliados do governo de Michel Temer.
A trajetória do ministro é marcada por diversas polêmicas. Sua atuação durante a crise penitenciária, que deixou ao menos 90 pessoas mortas em janeiro deste ano, foi criticada diversas entidades de direitos humanos. O ministério também fez pagamentos irregulares a policiais da Rio-2016 em meio à gestão de Moraes. O ministro foi questionado ainda sobre seu posicionamento a respeito do combate ao terrorismo antes dos Jogos, na Operação Hashtag.
Em julho do ano passado, o ministro foi filmado cortando pés de maconha no Paraguai. Moraes já manifestou, inclusive, interesse em erradicar o comércio e uso planta em "todo o país".
Em setembro do ano passado, o ministro atraiu holofotes para si mesmo também ao comentar andamento da Operação Lava Jato em evento de campanha em Ribeirão Preto (SP). Moraes antecipou a prisão do ex-ministro Antônio Palocci e gerou desconforto no Planalto.
Ex-secretário de Segurança de São Paulo, Moraes estava sob comando da pasta quando houve a maior chacina do Estado nos últimos anos. Em agosto do ano passado, 19 pessoas foram mortas e outras cinco ficaram feridas em Osasco e Barueri. Investigações iniciais apontam que sete policiais e guardas-civis teriam se organizado para vingar a morte de um colega da corporação.
Além disso, o ministro é filiado ao PSDB. Ele teria prometido se declarar "impedido" de julgar tucanos como o ministro José Serra, o senador Aécio Neves e Geraldo Alckmin, todos citados na Lava Jato.
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