Documentos sugerem caixa 2 em eleição de filho de Cabral
Kiko, publicitário responsável pela campanha, entrega à polícia uma planilha em que contam pagamentos não declarados ao TSE pelo parlamentar
© Flickr / PMDB Nacional
Política TSE
O publicitário Francisco de Assis Neto, conhecido como Kiko, entregou à Justiça Federal do Rio de Janeiro planilhas que mostram indícios de que a campanha eleitoral do deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ), filho do ex-governador Sérgio Cabral, tenha sido financiada com um esquema de caixa 2.
Kiko está preso sob acusação de fazer parte do esquema de corrupção comandado por Cabral. Ele entregou à polícia documentos que mostram pagamentos num total de R$ 378.653,14, realizados em três meses (abril, maio e junho), para ca campanha. Contudo, neste período ela não tinha começado oficialmente.
De acordo com "O Globo", as planilhas também apontam gastos no período da campanha, que não aparecem na prestação de contas do parlamentar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Todos os recursos usados pelos candidatos devem passar por uma conta criada para este fim. A lei diz ainda que a conta só pode ser aberta após registro das candidaturas nos tribunais eleitorais.
Dados fornecidos pelo deputado ao TSE mostram pelo menos R$ 124.022 não declarados. Há 15 funcionários citados na contabilidade entregue por Kiko que não aparecem no TSE, em um total de R$ 83.300. Existem também gastos em lojas e restaurantes, de R$ 40.722, não listados nas contas oficiais.
Contudo, Marco Antônio não pode mais ser punido sob o ponto de vista eleitoral, mesmo que comprovadas irregularidades, pois os prazos para isto já se encerraram. O caixa 2 pode ser classificado como abuso de poder econômico e levar à cassação do mandato do parlamentar ou ainda considerado falsidade ideológica na esfera criminal.
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