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Pezão não aparece em evento com Janot no Rio

Cerimônia de repatriação ao Estado de recursos recuperados pela Lava Jato ocorreu na tarde desta terça

Pezão não aparece em evento com Janot no Rio
Notícias ao Minuto Brasil

19:58 - 21/03/17 por Folhapress

Política Rio

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), não compareceu à cerimônia de repatriação ao Estado de recursos desviados recuperados pela operação Lava Jato.

O evento ocorreu na tarde desta terça-feira (21), na sede do TRF (Tribunal Regional Federal), centro do Rio, e teve a presença do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A cerimônia marcou a repatriação de R$ 250 milhões do suposto esquema de desvios e pagamentos de propina em obras do Estado, cujo líder seria o ex-governador Sérgio Cabral, preso desde novembro.

O dinheiro repatriado será utilizado no pagamento do 13º salário atrasado de 147 mil aposentados e pensionistas do Estado do Rio, que se encontra imerso em sua pior crise fiscal.

Cabral é acusado de ser líder de esquema que cobrava até 5% das obras firmadas por empreiteiras no Estado, além de lavagem de dinheiro e ocultação de recursos no exterior. Dois de seus secretários também estão presos.

Pezão não compareceu à cerimônia desta tarde. Ele já teve arquivada uma investigação na PGR, mas está na segunda lista de Janot, encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal) na semana passada.

Pezão foi vice-governador de Cabral nos dois mandatos e a acumulou também o posto de secretário de Obras.

Em breve discurso, Janot afirmou que os R$ 250 milhões repatriados representam 250 milhões de sinais ao crime organizado, aqueles que "colocam a ousadia acima do poder público".

"A sociedade não suporta mais esse tipo de situação. O Estado dobrou os joelhos [para a corrupção]. Quando o Rio dobra os joelhos, o Brasil dobra também", disse Janot.

O dinheiro é proveniente de contas no exterior movimentadas por doleiros ligados ao esquema.

Os valores tinham como beneficiários Sérgio Cabral, o operador Carlos Miranda e o ex-secretário de obras do Rio Wilson Carlos.

Somente Cabral era dono, segundo os procuradores da Lava Jato, de U$ 80 milhões dos valores repatriados.

Os valores são apenas referentes aos recursos ocultados no exterior. Ainda há valores a serem repatriados de desvios em obras de projetos como PAC das Favelas, reforma do Maracanã e o Arco Metropolitano.

Nesses casos, a União também teria valores a receber, já que nessas obras teria havido desvios de recursos federais.

A repatriação antes de sentenças condenatórias ocorre por decisão do juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, que concentra os processos referentes a operação Lava Jato no Rio.

"Esse dinheiro volta para onde nunca deveria ter saído", disse Janot, que não falou com a imprensa.

Em nenhum momento o nome do ex-governador Cabral foi citado no evento.Representando Pezão estava o procurador-geral do Estado do Rio, Leonardo Espíndola. Ele disse que a repatriação "contribui para minimizar os efeitos da crise". Ele evitou tecer comentários sobre o esquema de Cabral. Com informações da Folhapress.

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