'Seu pessoal está com goela grande', disse Emilio Odebrecht a Lula
Em texto, patriarca do grupo Odebrecht relatou como funcionavam as negociações sobre doações de campanha ao ex-presidente e ao PT
© Adriano Machado / Reuters
Política Lava Jato
Em um dos anexos que ofereceu por escrito para firmar sua delação premiada, o patriarca do Grupo Odebrecht, Emilio Odebrecht, relatou ter dito a Lula que o "pessoal dele estava com a 'goela muito grande'".
"Estavam passando de 'jacaré para crocodilo'", escreve.
Emilio fez as declarações por escrito, antes de depor ao Ministério Público. No texto, ele relata como funcionavam as negociações sobre doações de campanha ao ex-presidente e ao PT. Ele não detalha quando o episódio teria acontecido.
"O pedido de ajuda era de fato feito por ele, diretamente a mim, mas combinávamos sempre de designar um representante de cada lado para negociar os valores e combinar os detalhes", escreve Emilio.
Inicialmente, Lula indicou Palocci e Emilio, Pedro Novis -então diretor presidente da empresa- e, depois, o filho Marcelo, quando assumiu a presidência da companhia em 2009.
Ele relata que chegou a interpelar o ex-presidente quando houve dúvidas sobre os valores acertados. "Presidente, seu pessoal quer receber o máximo possível, e meu pessoal quer pagar o mínimo necessário."
Em outro trecho, Emilio diz que -apesar de não conhecer detalhes- sabia que parte dos pagamentos se deu "com recursos de caixa dois". "Minha estimativa é que tenhamos pagado ao PT e a Lula em atendimento a solicitações feitas a pretexto de campanha o montante em torno de R$ 20 milhões por campanha." Com informações da Folhapress.
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