Políticos devem 'resistir' e não se intimidar com Lava Jato, diz Temer
Presidente recebeu parlamentares para um café da manhã no Palácio da Alvorada
© Marcos Corrêa/PR
Política Brasília
Em discurso a ministros e deputados, o presidente Michel Temer fez um apelo para que sua base aliada não fique intimidada com a "situação delicada" criada pelas acusações de corrupção contra políticos no âmbito da Operação Lava Jato.
"É claro que há um problema sério no país, vocês sabem disso. Há questões das mais variadas, que muitas vezes visam a desprestigiar a classe política. E todos precisamos resistir. Eu tenho resistido o quanto posso", discursou Temer.
O presidente recebeu os parlamentares para um café da manhã no Palácio da Alvorada, em que pediu empenho na aprovação da reforma da Previdência. Ele disse que os deputados precisam dar uma "prova de trabalho" para evitar a imagem de que a crise política paralisou o governo.
"Não podemos nos acoelhar [intimidar], achar que estamos numa situação delicada. [A situação] delicada deixemos para o Judiciário. No mais, o Executivo e o Legislativo trabalham", disse. "Não se pode ter a ideia de que, porque aconteceu isto ou aquilo, o Brasil vai parar."
Segundo Temer, "o governo só resistiu" porque trabalhou em conjunto com sua base aliada. "Eu acho que é um momento histórico do país. Sem embargo das dificuldades, acho que nós temos que dar uma prova de trabalho, e a prova de trabalho virá pela aprovação dessas reformas", declarou.
Ele pediu ainda que os deputados da base aliada "se revezem" nas tribunas da Câmara para defender as reformas e seu governo. "Vocês têm uma tribuna muito mais forte do que a minha. Acho que vocês devem se revezar na tribuna do Parlamento para mostrar o o que estão fazendo em nome do país." O teor da fala foi divulgada pelo Planalto.
O presidente disse aos deputados que a aprovação da reforma da Previdência terá impacto sobre a economia já a partir do ano que vem e destacou dados econômicos positivos que revelariam o início da recuperação do PIB.
Temer minimizou as mudanças feitas no relatório da reforma, como a redução para 62 anos da idade mínima de aposentadoria de mulheres e negou que as alterações sejam recuos. "Quando algo é equacionado, dizem que é recuo do Executivo. Eu combato muito fortemente isso."
O peemedebista também pediu que o Congresso aprove a reforma trabalhista, que chamou de "modernização indispensável" da legislação. A estratégia do governo é aprovar, nesta terça-feira (18) a urgência da votação e tentar um placar que sirva de sinal positivo para o mercado financeiro.
"Eu tenho absoluta convicção de que [o projeto] será aprovado na comissão e depois poderá vir a ser aprovado no plenário", declarou o presidente. Com informações da Folhapress.
Leia também: Lula e Moro ficarão cara a cara dia 3 e grupos devem lotar Curitiba