Cabral vira réu pela sétima vez por fraudar mais de R$ 700 mi em obras
Ex-governador do Rio é acusado de fraudar licitações e formar cartel em reforma do Maracanã e no PAC das favelas
© Marino Azevedo / GOV do RJ
Política Rio de Janeiro
O ex-governador Sérgio Cabral se tornou réu pela sétima vez nesta quarta-feira (19). Desta vez, o Ministério Público Federal (MPF) o acusou de chefiar uma organização criminosa que fraudou licitações e formou cartel na reforma do Maracanã e no PAC das favelas. As obras custaram cerca de R$ 700 milhões a mais do que deveriam.
Segundo divulgado pelo RJTV, 20 pessoas foram denunciadas na mesma ação, entre empresários e políticos. Confira a lista:
Ex-governador do Rio, Sérgio Cabral
Ex-secretário de Governo de Cabral, Wilson Carlos
Ex-presidente da Empresa de Obras Públicas do Rio, Ícaro Moreno Júnior
Ex-secretário de Obras, Hudson Braga
Dono da construtora Delta, Fernando Cavendish
Ex-diretor da Delta, Paulo Meríade Duarte
Executivo da OAS, Louzival Luiz Lago Mascarenhas Junior
Executivo da OAS, Marcos Antônio Borgui
Executivo da OAS, Marcelo Duarte Ribeiro
Executivo da Metrópolis Projetos Urbanos, Hamilton Paes Casé
Executivo da Metrópolis Projetos Urbanos, Pedro Luiz Aleixo Lustosa de Andrade
Executivo da Odebrecht, Benedcito Junior
Executivo da Odebrecht, Eduardo Soares Martins
Executivo da Odebrecht, Irineu Berardi Meireles
Executivo da Odebrecht, Marcos Vidigal do do Amaral
Executivo da Odebrecht, Karine Karaoglan Khoury Ribeiro
Executivo da Queiroz Galvão, Maurício Rizzo
Executivo da Queiroz Galvão, Gustavo Souza
Executivo da Camargo Corrêa, José Gilmar Francisco de Santana
Ex-diretor da EIT, Paulo César Almeida Cabral
Ex-diretor da Camter, Juarez Miranda Junior
Ex-diretor da Carioca Engenharia, Ricardo Pernambuco
A investigação das obras no Maracanã revela que Cabral, Wilson Carlos, e representantes da OAS, Delta, Odebrecht e Andrade Gutierrez, fraudaram uma licitação e superfaturaram as obras do estádio entre os anos de 2009 e 2010.
O governo de Cabral selecionou o consórcio responsável pela obra sem fazer licitação. O orçamento inicial era de R$ 705 milhões, que já seria muito, segundo os investigadores, mas foi parar em R$ 1,2 bilhão. Ao menos R$ 35 milhões deste montante foram pagos como propina a Cabral.
O esquema das obras do PAC das Favelas funcionou de forma parecida. Cabral, Wilson Carlos e Ícaro Moreno fizeram o acordo de fraude com as construtoras e dividiram as obras: Odebrecht, OAS e Delta ficaram com o Alemão, no valor de quase R$ 500 milhões; Andrade Gutierrez, EIT e Camter ficaram com Manguinhos, no valor de R$ 232 milhões; e Queiroz Galvão e Carioca Engenharia receberam mais de R$ 175 milhões.
Leia também: CUT: escândalos e crise econômica impulsionam candidatura de Lula