PF diz que não há prazo para concluir perícia de áudio de Temer
Na quarta (24), o STF deve decidir sobre o pedido de suspensão do inquérito de Temer
© Tânia Rêgo Agência Brasil
Política Gravação
A Polícia Federal informou que recebeu os áudios da delação premiada firmada pela JBS para analisar se houve corte ou edição nas gravações, porém disse que não há prazo para conclusão da perícia.
No material entregue está uma conversa entre Joesley Batista, um dos donos do grupo, e Michel Temer. Ele gravou uma conversa com o presidente realizada no palácio do Jaburu, em Brasília, na noite de 7 de março deste ano. O encontro não constava na agenda do presidente.
A nota divulgada pela PF informa que "é fundamental ter acesso ao equipamento que realizou as gravações originais" para fazer a análise. Por isso, solicitou à Procuradoria o aparelho.
No sábado (20), Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a entrega dos áudios à PF para que o INC (Instituto Nacional de Criminalística) realize "no menor prazo possível" uma perícia técnica nas mídias contendo as gravações feitas por Joesley com o presidente Temer, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
Fachin determinou que a perícia responda "salvo se não for possível" as perguntadas apresentadas pela Procuradoria e pela defesa das partes "sem prejuízo de todos os esclarecimentos que entender pertinentes". A defesa de Temer entregou à PF neste domingo (21) uma lista com 15 dúvidas relacionadas aos áudios.
No dia anterior, os advogados do presidente entraram com um pedido no Supremo para que o inquérito que o investiga seja suspenso até a conclusão da perícia. A PGR (Procuradoria Geral da República) afirmou que "embora certo de que o áudio não contém qualquer mácula que comprometa a essência do diálogo, [...] não se opõe à perícia".
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu que o STF dê sequência ao inquérito que investiga Temer por obstrução de justiça, corrupção passiva e organização criminosa. De acordo com ele, há uma contradição no pedido do advogado do presidente "visto que o inquérito existe justamente para a apuração dos fatos e para a produção de evidências, dentre elas perícias técnicas".
Quando a perícia estiver pronta, as partes do caso serão informadas e poderão se manifestar dentro de 24 horas.
Na quarta (24), o STF deve decidir sobre o pedido de suspensão do inquérito de Temer.
Na sexta (19), uma perícia contratada pela Folha de S.Paulo apontou para edição de 50 pontos do áudio apresentado por Joesley no qual o dono da JBS conversa com Temer por quase 40 minutos. Com informações da Folhapress.