Temer pensou em renunciar na noite em que áudio da JBS foi revelado
Presidente foi aconselhado a renunciar para não manchar o seu nome e não correr o risco de sofrer um impeachment, mas resistiu por pouco, afirmam aliados
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Política por um triz
O presidente Michel Temer (PMDB) pensou seriamente em renunciar na noite de 17 de maio, quando estourou a maior crise política do governo, após divulgado o conteúdo de uma conversa do líder do Planalto com o empresário Joesley Batista, dono da JBS.
Houve quem aconselhasse Temer a renunciar, considerando que seria ruim para a imagem dele e que ele corria o risco de sofrer um processo de impeachment caso não deixasse o cargo, agravando ainda mais a crise política no Brasil.
Por outro lado, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência), o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP) e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) acabaram por convencer o peemedebista a resistir e permanecer no cargo.
No dia seguinte, quinta-feira (18), o presidente se pronunciou em rede nacional e anunciou que não renunciaria, além de pedir que fosse feita uma perícia no áudio entregue por Joesley à Lava Jato.
"Por muito pouco, Temer não renunciou", afirmou um aliado ao Blog do Camarotti, no G1.
Agora, parece que o cenário mudou. Em reuniões recentes, Temer disse a aliados que não cogita mais a hipótese de renunciar ao cargo de presidente do Brasil, segundo revelado pelo jornalista Lauro Jardim no O Globo.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, teria abordado o tema, cuidadosamente, na última quarta-feira (31), quando os peemedebistas se encontraram, e Temer foi enfático em sua resposta: "Fique tranquilo, não vou renunciar, não vou sair. Vou recorrer até o fim. Se quiserem que eu saia, têm que me matar", enfatizou.
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