Temer quer aprovar reformas para ter candidato limpo, diz Haddad
Ex-prefeito e ex-ministro da Educação discursou no 55º Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), em Belo Horizonte
© Divulgação UNE
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O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) afirmou nesta sexta (16) que o governo Michel Temer (PMDB) quer aprovar reformas a "toque de caixa" para não carregar o ônus das medidas para o candidato governista em 2018.
"Eles querem ter um candidato limpo em 2018. Eu já posso imaginar o discurso: as reformas eram necessárias, mas agora é hora de olhar para frente", ironizou.O ex-prefeito disse ainda que o governo Temer se originou de um golpe não clássico e não está comprometido com nenhum dos aspectos que caracterizam governos: democracia, nacionalismo e aspecto social.
Na avaliação de Haddad, houve um desencontro entre a Constituição de 1988 e os governos de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, o que volta a ocorrer agora.
"O avanço que tivemos, que para alguns já foi tímido, está em risco. Há uma contradição entre a ordem do dia no Congresso e o pacto de 1988", disse.O petista afirmou ainda que é preciso atualizar a legislação, como a trabalhista, mas com diálogo com trabalhadores. Sobre a reforma da Previdência, Haddad disse que "faz o ajuste fiscal recair sobre os mais pobres".
O ex-prefeito e ex-ministro da Educação discursou no 55º Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), em Belo Horizonte.
A respeito da educação, Haddad afirmou que a ampliação de universitários dos últimos dez anos ainda não se reverteu em produção acadêmica.
Ele cobrou ainda a participação institucional das universidades no debate público da crise atual. "Não vejo tantos docentes presentes como nos anos 1980. O corpo docente tem que estar mobilizado", disse. (Folhapress)