Maia nega ter evitado assumir Presidência e se diz grato a Temer
Deputado deveria assumir o comando do país, na ausência do presidente, que está na Alemanha, mas resolveu seguir para fórum na Argentina
© Carolina Antunes/PR
Política Em momento de crise
Com a viagem de Michel Temer para a Alemanha, onde participa de encontro do G20 - , grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia - o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, deveria assumir a Presidência interinamente.
No entanto, Maia também decidiu viajar, para a Argentina, com o objetivo de integrar a comissão brasileira no Primeiro Fórum Parlamentar sobre Relações Internacionais e Diplomacia Parlamentar. Coube ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, comandar o país, até a volta de Temer.
Não demorou muito para rumores começarem a circular pelos corredores de Brasília, dando conta de que Maia teria embarcado, rumo a Buenos Aires, para não assumir a cadeira de Temer em um momento de crise política acentuada, quando uma denúncia contra o presidente, por corrupção passiva, de autoria da Procuradoria-Geral da República, tramita na Câmara e deve ser votada nos próximos dias, antes de seguir para o Supremo Tribunal Federal (STF).
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Questionado sobre o assunto, Rodrigo Maia negou estar evitando assumir internamente a Presidência, segundo informações da Agência Câmara. “Tenho o maior orgulho de sentar na cadeira da Presidência da República, em qualquer momento”, disse.
Ele ainda disse que deve a Temer o fato de hoje ocupar a presidência da Câmara. “Eu sei reconhecer aqueles que me colocaram na posição em que estou, e o presidente Temer foi fundamental na minha segunda eleição”, disse.
De acordo com Maia, seu papel, agora, é “liderar as reformas” no Congresso e ser “árbitro” nas denúncias.
O presidente da Câmara desembarcou na capital argentina, nessa quinta-feira (6). A presença no evento teria sido acertada há mais de um mês. Integram a comitiva os deputados Benito Gama (PTB-BA), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Heráclito Fortes (PSB-PI), Rogério Rosso (PSD-DF) e Rubens Bueno (PPS-PR).
Lá, os deputados terão a oportunidade de discutir com colegas argentinos e uruguaios o ataque ao parlamento venezuelano, ocorrido na quarta-feira (5), quando simpatizantes do presidente Nicolas Maduro invadiram o prédio, armados de pedras e morteiros. Eles golpearam parlamentares da oposição, servidores da Casa e jornalistas.
Maia manifestou preocupação em relação à falta de independência dos três Poderes na Venezuela, mas disse que o Brasil não enviará uma missão parlamentar porque a segurança não estaria garantida.