Acordos de delação da Lava Jato reduziram penas em 600 anos
Após revelados detalhes sobre o maior esquema de corrupção do país, procuradores puderam chegar ao chamado 'topo da pirâmide'
© Reuters / Enrique Castro-Mendivil
Política Colaboração
Os acordos de delação premiada reduziram as penas de prisão dos 32 colaboradores condenados na Operação Lava Jato em 599 anos. Segundo levantamento feito pelo "O Globo", as penas somadas caíram de 710 anos para 111 anos após assinatura dos 140 acordos em Curitiba, Rio de Janeiro e Brasília, que originaram ao menos 88 denúncias nos Estados e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Após revelados detalhes sobre o maior esquema de corrupção do país, os procuradores puderam chegar ao chamado "topo da pirâmide" e oferecer denúncia contra os mais altos cargos do governo, como o presidente Michel Temer e o ex-presidente Lula, além de recuperar valores bilionários.
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Os depoimentos também levaram diversas personalidades à prisão: dez grandes empresários; 12 executivos da cúpula das grandes empreiteiras; os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci; o ex-governador Sérgio Cabral; os ex-senadores Delcídio Amaral e Gim Argello; e quatro ex-deputados federais — Eduardo Cunha, André Vargas, João Argollo e Pedro Corrêa.
O estudo é baseado em acordos públicos com delatores condenados na primeira instância. As penas devem reduzir com a condenação de mais réus.
O caso de Renato Duque ainda não foi contabilizado. A pena dele é de 57 anos e, mesmo sem delatar, cumprirá apenas cinco em regime fechado por ser réu confesso. Renato Duque está em negociação para uma colaboração e deve devolver € 20 milhões.