Após 6 horas, Senado retoma sessão para votar reforma trabalhista
Sessão desta terça-feira foi interrompida pelo presidente da Casa, Eunício Oliveira
© Marcos Oliveira/Agência Senado
Política Congresso
Depois de mais de seis horas de impasse, a votação da reforma trabalhista foi retomada no Senado. A sessão, que começou às 11h desta terça-feira (11), foi suspensa após uma hora pelo presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), depois que um grupo de senadoras contrárias à proposta se recusou a deixar a Mesa do Plenário. Eunício ordenou que a luz e que o ar-condicionado do local fossem desligados.
De acordo com apuração da revista Veja, a senadora Gleisi, uma das que participaram do protesto, consultou as centrais sindicais, que se manifestaram a favor de continuar a manifestação: “Isso aqui não vai passar, eles estão com raiva”.
Pouco depois das 18h30, Eunício reabriu a sessão. As senadoras, no entanto, continuam sentadas à Mesa.
O grupo apresentou três condições para deixar a mesa e liberar o plenário para a votação: a abertura das galerias para que lideranças sindicais acompanhem a sessão; a autorização para que todos os senadores – e não apenas os líderes – possam falar durante a votação; e a aprovação de um destaque para impedir que mulheres trabalhem em locais insalubres. O senador Paulo Paim (PT-RS) tenta costurar o acordo com o governo.
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"O que está pegando é a questão dos destaques. O Senado não pode só homologar aquilo que vem da Câmara. Até o momento, para essa questão do destaque, não houve acordo", disse Paim.
A oposição tem direito regimental de apresentar destaques para a votação em separado. Mas o que as senadoras querem é o compromisso de que a emenda será aprovada no mérito. Na prática, isso significaria empurrar a reforma trabalhista de volta para a Câmara.
"Vamos resistir até o Senado fazer um debate democrático e deixar os senadores fazerem alteração na proposta. Nós não aceitamos essa imposição do Executivo. Vai voltar para a Câmara? Vai. É assim a vida da democracia. Você não pode acabar com uma lei de 40 anos em cinco meses. A única coisa que temos para fazer agora é essa resistência", disse a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que é primeiro vice-presidente do Senado, foi duro ao comentar a atitude das senadoras. Ele classificou a ocupação da Mesa como “cena deplorável, atitude cínica, avacalhação, espetáculo triste”. Cássio disse que os tucanos não apoiam a aprovação da emenda sugerida pela oposição.
"Seria até razoável que o Senado pudesse reexaminar alguns pontos e devolver a matéria para a Câmara. Mas diante dessa postura de radicalização, de afronta à instituição, de achincalhe ao país, é muito ruim você fazer qualquer tipo de negociação nesse ambiente", afirmou Cássio.
O líder do Governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), ainda não se manifestou sobre a proposta de acordo. A sessão do plenário continua suspensa. Com informações da Agência Senado.