Temer diz a aliados que espera revisão das delações após saída de Janot
Prioridade seria para a delação de Joesley Batista, que entregou a gravação de uma conversa em que ambos discutiram como convencer Cunha a não delatar.
© Adriano Machado / Reuters
Política JBS
O presidente Michel Temer revelou aos seus aliados que espera que as delações nas quais foi citado sejam revistas após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deixar o cargo.
Como revelado pela jornalista Andréia Sadi no G1, a prioridade seria para a delação do empresário Joesley Batista, da JBS, que entregou aos procuradores a gravação de uma conversa com o presidente em que ambos discutiam estratégias para convencer o deputado cassado Eduardo Cunha a não delatar. A revelação desse conteúdo, em maio deste ano, causou a maior crise política do governo de Temer.
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Ainda segundo o texto, o presidente espera encontrar um ambiente "menos hostil" a ele na Procuradoria-Geral da República (PGR) após a saída de Janot. Temer, inclusive, já pediu ao seu advogado Antonio Claudio Mariz que reúna material para contestar a delação da JBS, mas deve aguardar a substituição do adversário para dar entrada no processo.
O peemedebista cogita usar a gravação da mulher de Joesley, Ticiana Villas Boas, revelada pela GloboNews, para solicitar a revisão da delação. Na conversa, Ticiana desmente o conteúdo do áudio anterior.
A propina seria para o deputado Fabio Faria (PSD-RN). O problema dessa estratégia seria que a defesa de Faria já confirmou a existência de um jantar entre os nomes citados. Joesley também deve complementar a sua delação dizendo que as esposas não estavam presentes no momento em que a propina foi negociada.
O novo depoimento do empresário está previsto para o começo de setembro. Janot deixa o cargo no dia 17 do mesmo mês, quando será substituído por Raquel Dodge.