'Não sou e nem serei presidente', diz Moro durante evento em SP
Nome do juiz aparece bem posicionado em pesquisas espontâneas para as eleições de 2018
© Rafael Marchante / Reuters
Política Declaração
Nesta terça-feira (15), emoldurado por uma bandeira do Brasil projetada num telão, em papo mediado pelo jornalista Augusto Nunes, o juiz federal Sergio Moro falou a uma plateia com os juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. (coautores do pedido de impeachment da petista Dilma Rousseff), o ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto e estrelas da rádio anfitriã (de Felipe Moura Brasil a Marcelo Madureira). O evento foi realizado em São Paulo.
Chegada a hora de responder perguntas da plateia, Moro se viu diante de uma questão recorrente em sua vida: afinal, ele quer ou não quer ser presidente do Brasil?
A despeito de apontar a política como "uma das profissões mais belas", disse que negaria "quantas vezes forem necessárias" que não, não é candidato ao Palácio do Planalto. Seu nome aparece bem posicionado em pesquisas espontâneas para as eleições de 2018.
"Já falei mais de uma vez: a profissão política é uma das mais belas. Nós eventualmente temos uma imagem pejorativa dela por conta de eventuais escândalos criminais, mas existem muitos bons políticos. Mas penso que precisa ter um certo perfil, e sinceramente não me vejo com esse perfil", disse o magistrado, que chegou no evento escoltado por mais de dez policiais federais.
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O juiz paranaense cobrou que o Supremo não recue de "decisões relevantes", como a de permitir que réus condenados em segunda instância possam começar a cumprir pena, sem ter que esperar um veredicto definitivo em cortes superiores.A demora em esgotar tantos recursos, disse, "significa na prática impunidade".
Citou como exemplo Estados Unidos e França, países que sequer esperam uma condenação em segunda instância para aprisionar seus réus. "É aquilo que a gente vê em filme americano, alguém recebendo veredicto de culpa e saindo preso do tribunal."
Moro afirmou que receberia "com grande surpresa" se o STF voltasse atrás. "Não falo isso para pressionar ninguém, longe de mim querer qualquer espécie de pressão." Mas seria, continuou, "lamentável" alterar o "legado do ministro Teori Zavascki", morto em janeiro, num acidente de avião no litoral fluminense. Com informações da Folhapress.