'Nem sei se serei candidato em 2018', afirma Lula no 1º dia de caravana
Ex-presidente deu pontapé inicial em sua viagem pelo Nordeste, que durará até o próximo dia 5, na cidade de Salvador
© Ricardo Stuckert / Divulgação
Política Bahia
No primeiro dia da caravana que fará pelo Nordeste, a partir desta quinta-feira (17) até o próximo dia 5 de setembro, passando por 28 municípios, em oito Estados, Lula chegou a Salvador (BA), ponto de partida da viagem.
O ex-presidente negou que a ação faça parte de uma agenda eleitoral com vistas à eleição presidencial de 2018. "Não é construção de candidatura porque eu nem sei se serei candidato em 2018. Eu estou fazendo a caravana para reencontrar o Brasil e conversar com o povo, o que faço desde que comecei na política. Eu sempre fiz política conversando com as pessoas, olhando nos olhos, conhecendo a realidade de cada região, buscando soluções para os problemas das pessoas e das comunidades", alegou.
Ele também voltou a falar sobre o que chama de "golpe", culpando inclusive o DEM, partido do prefeito da capital baiana, ACM Neto, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. "Está se beneficiando de um golpe", disse o petista sobre a legenda.
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Em entrevista ao jornal A Tarde, Lula ainda comentou a reforma política que está sendo analisada na Câmara, e que pode começar a valer, já a partir do próximo ano. Comentou especificamente sobre a possibilidade de criação de um fundo de financiamento de campanhas com dinheiro público, de R$ 3,6 bilhões.
"Não sei se o valor deve ser este, mas o PT sempre defendeu o financiamento público de campanha. A democracia não pode estar submetida ao poder econômico dos mais ricos. O Brasil hoje tem uma situação política muito complicada, com mais de 30 partidos, muitos dos quais sem nenhuma identidade programática. Para que a democracia funcione plenamente, é preciso que haja partidos verdadeiros, qualquer que seja a sua ideologia. As pessoas gostam de criticar os partidos, mas não há democracia sem eles", analisou.
O petista também voltou a criticar o juiz Sérgio Moro, que o condenou a 9 anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A sentença cabe recurso e o ex-presidente pode aguardar em liberdade.
"Eu não posso admitir, depois de 40 anos de vida pública, e oito anos como presidente do Brasil, que mintam sobre mim. O que eu sei é que, no meu caso, eu já provei a minha inocência. Ela está provada no processo. Eu não sou dono do apartamento no Guarujá, e isso inclusive está dito na sentença do juiz. Nunca cometi nenhuma ilegalidade na minha vida. Apesar disso, o juiz me condenou", afirmou.