De que maneira a fidelidade partidária seria afetada pelo 'Distritão'?
Especialistas avaliam que medida seria 'suicídio' à lealdade aos partidos
© Adriano Machado/Reuters
Política Entenda
Pautada para ir à votação nesta terça-feira (22), a reforma política inclui itens polêmicos como o chamado 'Distritão', por meio do qual deputados passam a ser eleitos não mais de maneira proporcional, mas pelo número total de votos recebidos, tal qual nas eleições para prefeitos, governadores e presidente.
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Um dos efeitos colaterais da medida, analisam especialistas, pode ser o fim da fidelidade partidária, visto que o mandato passaria a ser do candidato, que seria eleito "sozinho", e não mais do partido ou da legenda - basta lembrar dos dois deputados do PR eleitos em 2014 graças aos mais de um milhão de votos de Tiririca.
O professor do Instituto de Direito Público Daniel Falcão foi enfático à Folha de S. Paulo ao opinar sobre a questão: "Se o Congresso aprovar o modelo, será suicídio. O cara consegue a candidatura e pode dar uma banana para o partido".
O jurista Ives Grande Martins avalia o "Distritão" como um modelo que respeita a vontade do eleitos, o que seria bom, mas que necessita de uma cláusula para fortalecer a lealdade. "O eleito pode sair do partido, mas não pode ingressar em outro até o fim do mandato. Sem filiação, não estaria apto a disputar a eleição seguinte", explica ao jornal.