Dilma diz que prefere Alckmin a Bolsonaro ou João Doria em 2018
"Não vejo consistência na candidatura dele", disse Dilma sobre João Doria
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Política Entrevista
Completou um ano do impecahment de Dilma Rousseff e a ex-presidente reafirma que o processo foi um "golpe" aprovado com base em argumentos "ridículos". "Não mediram as consequências de tirar uma presidente eleita sabendo que não havia crime de responsabilidade. É ridícula essa pedalada, principalmente nos dias que correm", afirmou.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, a petista falou sobre as eleições de 2018 e disse que prefere Alckmin a Bolsonaro ou João Doria. "Acho que o país preferia um candidato do perfil do Alckmin", argumentou Dilma.
"Ao Bolsonaro, não tenho dúvida (de que o PT irá enfrentá-lo). Em relação ao Doria, que as pessoas façam seu raciocínio e pensem bem. Não vejo consistência na candidatura dele. O Alckmin, de uma forma ou outra, é PSDB. Acho que eles ainda têm um pequeno compromisso com o país".
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Dilma também explicou que o "golpe não é uma peça com um só ato".
"O primeiro foi o impeachment, para me afastar da Presidência e evitar que as investigações chegassem até eles. O segundo ato é afastar o ex-presidente Lula. Mas outro dia ele falou claramente: "Participarei da eleição preso ou solto, condenado ou absolvido, vivo ou morto". Ele participará da eleição".
A ex-presidente ainda comentou sobre o filme "Polícia Federal - A Lei é Para Todos", baseado na Lava Jato. "Acho que uma boa comédia é imperdível. Especialmente quando não queria ser comédia", ironizou.
Questionada sobre Temer ter se livrado da primeira denúncia por corrupção, Dilma afirmou que o "processo é de compra e venda".
"Porque os 267 que o livraram são os mesmos que me condenaram. Acho que foi uma decisão ideológica [Dilma esfrega o polegar e o indicador em sinal de dinheiro]. Uma decisão ideológica comprada a peso de ouro. O processo é de compra e venda. É necessário mais elementos do que gravar as pessoas para baixo e para cima com mala de dinheiro? Não, né?"
A ex-presidente avaliou ainda que "Temer precisa de legimitar diante do mercado, entregando o que prometeu".
"Quanto mais ele busca isso, mais ilegítimo fica diante da população. E quando chegamos perto da eleição, essa ilegitimidade produz mais efeito sobre os nobres deputados, que não são suicidas. Hoje o governo corre um risco imenso, que é o da irrelevância".