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Sob suspeita, PMDB não indica nomes para CPMI da JBS

Dos 23 senadores do PMDB, pelo menos dez receberam doações do grupo JBS

Sob suspeita, PMDB não indica nomes para CPMI da JBS
Notícias ao Minuto Brasil

06:04 - 12/09/17 por Folhapress

Política Comissão

O PMDB do Senado é o único partido com indicações pendentes para a CPMI da JBS, que terá sua primeira sessão nesta terça-feira (12).

De acordo com o líder da sigla, Raimundo Lira (PB), os nomes dos 10 representantes não foram apresentados por falta de interessados em compor a comissão.

Dos 23 senadores do PMDB, pelo menos dez receberam doações do grupo JBS. "A dificuldade é essa", diz Lira, que promete apresentar os nomes até a próxima quinta-feira (14).

Por ser a maior bancada do Senado, o PMDB tem direito a dez cadeiras na comissão: sendo cinco titulares e outros cinco suplentes.Sem falar em nomes, Lira disse à reportagem ter o nome de apenas cinco senadores que aceitam atuar no colegiado.

O peemedebista diz ainda que está convencendo os senadores que receberam doações, e que não são alvo de denúncias, a compor a comissão.

"Quando eles receberam doações declaradas, o cara [Joesley Batista] era o bambambã do país. Qual político não queria receber doações empresariais legais de quem era um ícone nacional? De quem era a nova geração que representava o Brasil mundialmente?", indagou o líder do PMDB.

Nesta terça-feira (12) deve ser anunciado o nome do relator da CPMI, mesma data em que os primeiros requerimentos de convite e convocação devem ser apreciados pelos parlamentares. Depois de quatro meses parada, a comissão foi instalada apenas na última semana.

A criação da CPMI andou logo depois que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou a abertura de investigação para apurar possíveis irregularidades nas negociações da colaboração firmada com o Ministério Público.

Na primeira sessão, parlamentares colocam em votação requerimentos para ouvir autoridades na condição de convite ou convocação. Entre os que devem ser chamados a prestar esclarecimentos estão Janot, o ex-procurador Marcelo Miller, os irmãos Joesley e Wesley Batista, o empresário Ricardo Saud (um dos delatores da JBS) e dois ex-presidentes do BNDES: Luciano Coutinho e Demian Fiocca.

A CPMI da JBS é vista no Congresso como um instrumento para apurar irregularidades envolvendo o frigorífico e, com isso, invalidar provas que os delatores apresentaram ao Ministério Público Federal contra políticos.

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