Saiba quem são os amigos de Temer que estão na mira da Justiça
Peemedebista está cercado de pessoas investigadas e pode acabar virando alvo dos próprios aliados
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Política Suspeita
Desde que a operação Lava Jato teve início, em 2014, foram muitos os nomes de políticos que vieram à tona por envolvimento em esquemas de corrupção. A última denúncia, fruto de investigação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), coloca o presidente do país, Michel Temer, no alvo.
O peemedebista está cercado de pessoas investigadas, algumas apontadas como amigos íntimos do presidente, como é o caso do ex-assessor especial José Yunes, citado no relatório sobre o "quadrilhão" do PMDB.
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Confira quem são os "homens do presidente" e de que forma eles também representam um risco para Temer, que se vê, mais uma vez, diante de acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), dessa vez por obstrução de justiça e organização criminosa. As informações são da Folha de S. Paulo.
Lúcio Funaro
Apontado como operador do PMDB da Câmara dos Deputados e principalmente do ex-deputado Eduardo Cunha. Após meses de negociação, fechou em agosto sua delação premiada, já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Seus relatos foram utilizados na segunda denúncia da PGR contra Temer. É réu em um processo.
José Yunes
Amigo do presidente, o advogado é um dos seus principais conselheiros políticos. Foi alçado a assessor especial no início do governo, mas pediu demissão após ter seu nome citado por delatores da empreiteira Odebrecht.
Foi citado no relatório sobre o "quadrilhão", após ser apontado por delatores como ponte para o recebimento de dinheiro da Odebrecht para o PMDB. É alvo de uma investigação, mas não é réu.
Geddel Vieira Lima
Alvo de duas investigações, foi o principal articulador do presidente no Congresso no primeiro ano da gestão Temer. Como ministro da Secretaria de Governo, tinha carta branca para negociar cargos e emendas. Preso sob a suspeita de tentar atrapalhar investigações, migrou em julho para prisão domiciliar, mas foi preso de novo após a apreensão de R$ 51 milhões em um apartamento atribuído a ele.
Romero Jucá
O senador por Roraima ganhou a confiança do presidente ao assumir a articulação do impeachment de Dilma (PT). Virou ministro do Planejamento, mas caiu após a Folha revelar áudio em que reclamava da Lava Jato. Em uma semana, em agosto, foi denunciado duas vezes pela PGR -uma na Operação Zelotes e outra na Lava Jato, sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. É alvo de 14 inquéritos no STF, mas não é réu.
Eliseu Padilha
Braço direito de Michel Temer e homem forte do governo federal, o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência. É avaliado como o aliado mais fiel do presidente, de uma "obediência quase cega". É apontado por delatores da Odebrecht como o autor dos pedidos de dinheiro para campanhas do PMDB. Alvo de dois inquéritos no Supremo. Foi denunciado com Temer na segunda ação apresentada por Janot.
Rodrigo Rocha Loures
Ponte de Temer com lobistas e investidores, era um dos homens de confiança do presidente desde 2008, quando se conheceram na Câmara. Era tão próximo que foi quem intermediou a conversa com Joesley Batista, em março. Filmado carregando uma mala de dinheiro da JBS, foi denunciado pela PGR sob a acusação de corrupção passiva. Foi denunciado ainda, em setembro, desta vez sob suspeita de organização criminosa.
Eduardo Cunha
Principal avalista da chegada de Temer ao Planalto. Apesar da relação de proximidade, o presidente sempre teve cautela pela personalidade explosiva do ex-deputado. Ameaça Temer com sua delação, em negociação. É alvo de duas investigações no STF e foi denunciado pela PGR sob a acusação de organização criminosa. Nomeação como ministro foi questionada porque seria tentativa de blindagem.
Moreira Franco
Um dos principais estrategistas do governo, é responsável pelo Programa de Parceria de Investimentos (PPI). Participa de todas as decisões governamentais e costuma ser voz de peso nas escolhas de Temer. É alvo de duas investigações no STF e foi denunciado pela PGR sob a acusação de organização criminosa. Nomeação como ministro foi questionada porque seria tentativa de blindagem.
Coronel Lima
São próximos desde a década de 1980, quando o coronel assessorou Temer no governo de SP. A fazenda de Lima era usada pelo presidente em comícios. Ganhou contratos milionários com o governo federal nos últimos anos. Operação o vincula a Temer, por meio de obras na casa de filha do presidente. Delação da JBS diz que foi entregue a ele R$ 1 milhão, a pedido do presidente. Não é réu e ainda não é formalmente investigado.
Henrique Eduardo Alves
O ex-líder do PMDB da Câmara era responsável, segundo a Procuradoria-Geral da República, pela distribuição de cargos em estatais e ministérios. Em troca, a PGR diz que ele recebia propina. Ex-ministro do Turismo, Alves foi preso em junho sob suspeita de ter recebido R$ 7,1 milhões em propinas. Foi denunciado na Justiça este ano e no ano passado