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Nos Estados Unidos, Temer omite problemas e 'vende' otimismo

Presidente ignorou denúncias da PGR, desaprovação do seu governo por parte da população e crise econômica

Nos Estados Unidos, Temer omite problemas e 'vende' otimismo
Notícias ao Minuto Brasil

05:47 - 21/09/17 por Notícias Ao Minuto

Política 'Vista grossa'

Após dar posse a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, na última segunda-feira (18), o presidente Michel Temer embarcou para os Estados Unidos e lá cumpriu agenda oficial que contou com jantar na companhia do presidente norte-americano, Donald Trump, discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU e entrevistas a alguns veículos de comunicação.

No entanto, Temer quase não falou sobre a crise política vivida no Brasil. Alvo de duas denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR), acusado de corrupção passiva, obstrução de justiça e organização criminosa, ele preferiu adotar um discurso de otimismo para os investidores.

Chegou a dizer que a recessão ficou para trás. "A inflação, que superava 10%, agora está abaixo de 2,5%. E estou falando de um governo que não tem quatro anos, mas de um governo de 17 meses", disse, durante um seminário organizado pelo jornal Financial Times.

"Fiz questão de vir aqui para falar sobre o momento de transformações modernizadoras que o Brasil está atravessando: momento de reformas, de maior abertura ao mundo, de renovadas oportunidades", completou.

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Quando questionado sobre as denúncias, limitou-se a dizer que tratam-se de "inverdades absolutas".

A aprovação do governo, por parte da população, também foi ignorada pelo presidente. Na última terça-feira, pesquisa do MDA, encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), aponta que apenas 3,4% dos brasileiros aprovam a gestão de Temer.

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, ainda disse aos investidores estrangeiros que eles não devem mais se preocupar com o "fenômeno corruptor" diante do bom funcionamento das instituições. "O investidor estrangeiro que vai para lá [Brasil], sabedor de que nós vivemos em uma democracia plena, que as instituições estão funcionando, vai com muito maior entusiasmo", disse.

O peemedebista também reforçou a importância da diplomacia e da redução do protecionismo para desenvolver a economia global e reduzir injustiças sociais. “Recusamos os nacionalismos exacerbados. Não acreditamos no protecionismo como saída para as dificuldades econômicas – dificuldades que demandam respostas efetivas para as causas profundas da exclusão social”, defendeu.

Dias depois de assinar decreto extinguindo a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) e liberando a exploração mineral em parte da área, sendo alvo de críticas de ambientalistas e da população, Temer ainda usou dados não oficiais em seu discurso, segundo pesquisadores do instituto Imazon, para salientar avanços na área ambiental.

“O Brasil orgulha-se de ter a maior cobertura de florestas tropicais do planeta. O desmatamento é questão que nos preocupa, especialmente na Amazônia. Nessa questão temos concentrado atenção e recursos. Pois trago a boa notícia de que os primeiros dados disponíveis para o último ano já indicam diminuição de mais de 20% do desmatamento naquela região. Retomamos o bom caminho e nesse caminho persistiremos”, declarou.

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