O Senado começou a analisar o afastamento do senador Aécio Neves, em sessão nesta quinta-feira (28). O presidente da Casa, senador Eunício Oliveira, ainda tentou evitar que a decisão fosse levada ao plenário, com o propósito de não agravar a crise entre os poderes, mas não conseguiu.

Ele se reuniu com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, ainda na quarta-feira (27), mas, de acordo com informações de O Globo, ouviu da ministra que a decisão de contestar a sentença estava nas mãos do Senado, e que o Supremo só poderia analisar o caso após uma posição dos parlamentares.

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Logo após o encontro, Eunício ligou para alguns líderes políticos e agendou um encontro, às 10h30 de hoje, antes do início da sessão. Ele quer mobilizar os parlamentares, a fim de garantir quórum para a votação.

O Senado recebeu a notificação do STF sobre o afastamento de Aécio na noite de ontem, após o encerramento dos trabalhos. O documento foi protocolado na Secretaria-Geral da Mesa.

A decisão da Primeira Turma do STF, na última terça-feira (26), gerou polêmica entre os parlamentares, que consideraram o recolhimento noturno determinado ao senador mineiro como um tipo de prisão, o que iria de encontro ao que diz a Constituição Federal. Mas os ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, dois dos três membros da Corte que votaram pelo afastamento de Aécio, contestam a argumentação.

Para derrubar a decisão do Supremo e manter o mandato de Aécio, seriam necessários 41 votos em plenário, mas a aposta dos líderes é que, dos 81 senadores, apenas de 13 a 15 votarão para avalizar a decisão do Supremo.