'Tem muita delação mentirosa', diz Haddad ao comentar 'caso Palocci'
Prestígio de Haddad cresce dentro do partido como postulante ao Planalto à medida que se aproxima o julgamento do ex-presidente Lula
© Agência Brasil / Rovena Rosa
Política Palestra
Cotado como espécie de plano B numa candidatura à Presidência pelo PT, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) questionou as recentes delações da Operação Lava Jato, entre elas o depoimento do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. "O que já tem de delação comprovadamente mentirosa é muita coisa", disse Haddad, após palestra sobre gestão pública e democracia na Casa do Saber, em São Paulo.
"Essas delações, eu já falei. Quando você faz delação sem regra, é um desastre. Nos outros países, há uma série de protocolos para que elas aconteçam. Nós não estamos seguindo nenhum", afirmou.
+ Gilmar Mendes recomenda 'sandálias da humildade' ao Supremo
Questionado especificamente se as declarações de Palocci estão entre as mentirosas, respondeu: "Não sei, não é minha obrigação saber", afirmou.
O prestígio de Haddad cresce dentro do partido como postulante ao Planalto à medida que se aproxima o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso o líder máximo do PT seja condenado em segunda instância num dos processos da Operação Lava Jato, ele pode ficar inelegível.
Em relação à possibilidade de condenação de Lula, afirmou que há muitas chances de recurso, o que poderia eventualmente manter Lula no páreo mesmo após a condenação. "Muita coisa vai acontecer".
O ex-prefeito voltou a dizer que não está campanha. Sobre viagens recentes às regiões Nordeste e Sul do país, onde visitou universidades, afirmou que isso faz parte de sua colaboração à elaboração de um plano de governo para o partido."O que me dispus a fazer em 2017 foi elaborar o plano de governo. Aí o Lula veio me pedir: 'Por que você não vai às universidades? Você tem prestígio'. É o que estou fazendo, esse périplo pelas universidades federais".
Palocci negocia delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato. O acordo ainda não foi fechado. Com informações da Folhapress.