Meteorologia

  • 23 NOVEMBRO 2024
Tempo
--º
MIN --º MÁX --º

Edição

Cabral discute com juiz em interrogatório e chora: 'Sou injustiçado'

Ex-governador do Rio e sua mulher, Adriana Ancelmo, prestaram depoimento nesta segunda-feira (23), na 7ª Vara da Justiça Federal

Cabral discute com juiz em interrogatório e chora: 'Sou injustiçado'
Notícias ao Minuto Brasil

16:10 - 23/10/17 por Notícias Ao Minuto

Política Clima

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara da Justiça Federal, no Rio de Janeiro, ouviu nesta segunda-feira (23) o ex-governador Sérgio Cabral e a mulher, Adriana Ancelmo, sobre como se dava a lavagem de dinheiro praticada pelo casal, por meio da compra de joias.

O interrogatório começou "quente", depois que Cabral acusou o Ministério Público Federal (MPF) de fazer teatro, e Bretas de se referir a ele com "desdém". O ex-governador, conforme o portal G1, também disse estar sendo injustiçado.

"Eu estou sendo injustiçado. O senhor está encontrando em mim uma possibilidade de gerar uma projeção pessoal, e me fazendo um calvário, claramente".

O magistrado não gostou das declarações e rebateu: "Aqui não há desdém". O interrogatório chegou a ser suspenso por cinco minutos.

Também hoje, o doleiro Carlos Miranda e o operador financeiro Luiz Carlos Bezerra, que segundo as investigações do MPF atuavam para o esquema montado pelo ex-governador, prestam depoimento. O magistrado quer saber deles se Cabral comandava quadrilha que desviava dinheiro público.

+ Dilma traiu seu eleitorado, diz Lula a jornal espanhol

Em sua fala, o ex-governador afirmou que comprava joias com dinheiro de caixa dois, e não de propina, além de se defender da acusação de que seria chefe de organização criminosa. "Comprei joias com fruto de caixa dois, não foi de propina. Meu governo não foi organização criminosa, mudou a vida de milhões de brasileiros que moram no Rio. Não me sinto chefe de organização criminosa nenhuma", ressaltou Cabral.

Ele também voltou a afirmar que não recebeu 5% dos valores de grandes obras e chegou a chorar ao comentar sobre as mudanças no financiamento de campanhas. “Por mais que tenha me exasperado com o senhor (Marcelo Bretas) aqui, por mais que ache injustiça o que o MP faz, que fique indignado com as matérias que saem nos jornais, prefiro muito mais ser acusado num sistema democrático, ser massacrado, do que um sistema autoritário”, disse Cabral, emocionado.

Adriana Ancelmo ficou calada durante todo o interrogatório.

Condenações

Na última semana, Cabral foi condenado pela terceira vez na Operação Lava Jato, a 13 anos de reclusão, em regime fechado, pelo crime de lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Mascate.

Já em setembro, o ex-governador foi condenado a 45 anos e dois meses de prisão, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Cabral e mais 11 pessoas, incluindo Adriana Ancelmo, foram condenados na sentença final da Operação Calicute.

A ex-primeira-dama pegou 18 anos e três meses de reclusão por lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.

Em junho, Cabral foi alvo do juiz Sérgio Moro, dentro da Operação Lava Jato, e recebeu a sentença de 14 anos e 2 meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Campo obrigatório