Votação de denúncia mostra que base aliada a Temer reduziu um terço
Líder do PMDB na Câmara miniminiza redução de apoio e afirma que ausentes na sessão de quarta são pró-governo
© Alan Santos/PR
Política Isolamento
O esvaziamento da sessão da última quarta-feira (25) na Câmara para votar o prosseguimento ou não da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer mostra que a base do governo perdeu um terço do seu tamanho. A debandada está mais concentrada em quatro partidos, incluindo o PMDB, do qual Temer faz parte.
Segundo levantamento realizado pela "Folha de S. Paulo", desde quando aprovou o teto de gastos, no ano passado, o presidente perdeu 116 cadeiras, se comparada com a votação de quarta. Dessas, metade vem das bancadas do PSDB (32 a menos), PMDB (8 a menos), PSD (9 a menos) e DEM (8 a menos). A outra metade diz respeito a dois partidos que abandonaram o Planalto: o PSB (18 deputados a menos) e o PPS (7 a menos).
Como lembra a publicação, os tucanos estão há meses num dilema entre permanecer ou não no Planalto. O grupo do governador de São Paulo Geraldo Alckmin quer o rompimento. Mas o apoio é assegurado por Aécio Neves (MG), que teve o mandato restabelecido pelo Senado com decisivo suporte do Planalto.
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O DEM, do presidente da Câmara Rodrigo Maia, também tem demonstrado sinais de que pretende se distanciar de Temer.
Já o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), miniminiza a redução de apoio do partido. Para ele, os 25 ausentes na sessão de quarta são pró-governo.
O líder do PSD, Marcos Montes (MG), atribui a deterioração da base às incertezas políticas e ao "momento dramático" da economia.