Deputado Albertassi recebia R$ 60 mil de propina por mês, aponta MPF
Albertassi foi conduzido coercitivamente nessa terça-feira (14) para prestar depoimento à Polícia Federal no âmbito da Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato no Rio
© Alerj
Política PMDB
O Ministério Público Federal (MPF) apontou que o líder do governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB) na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), o deputado Edson Albertassi (PMDB), recebia R$ 60 mil por mês para favorecer empresas de ônibus nas votações de projetos envolvendo transporte coletivo na Casa. A Procuradoria pediu o bloqueio de R$ 7,68 milhões de Edson Albertassi.
Segundo destaca o UOL, Albertassi foi um dos três parlamentares conduzidos coercitivamente nessa terça-feira (14) para prestar depoimento à Polícia Federal no âmbito da Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato no Rio.
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As investigações apontam que, entre 2012 e 2014, o dinheiro era entregue em espécie diretamente a Albertassi por emissários da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro) logo após o dia 10 de cada mês na Alerj, em restaurantes próximos à assembleia. Eventualmente, o deputado recebia o dinheiro em sua casa.
A partir do final de 2014, Albertassi passou a receber a propina através de um contrato de publicidade superfaturado com uma das rádios do deputado, localizada em Volta Redonda (RJ).
Ainda segundo a investigação, o peemedebista era remunerado para dificultar, na Alerj, a tramitação de projetos que trariam prejuízos para o setor de transporte.
Albertassi foi indicado por Pezão para o TCE (Tribunal de Contas do Estado), segundo o MPF, ele era responsável por controlar 68 cargos na Alerj, com salários que vão de R$ 983 a R$ 30.471. O deputado também participa de 25 comissões e ocupa simultaneamente as presidências da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), do Conselho de Ética, das CPIs da Petrobras e da Crise Hídrica, além de controlar a TV Alerj.
Em nota, Albertassi afirmou que as acusações contra ele serão contestadas por sua defesa, que ainda não teve acesso ao inquérito.