Após expulsão do PMDB, Abreu critica Jucá: 'Canalha e ladrão de vidas'
Em discurso nesta quarta-feira (29), senadora disse que medida contra ela foi resultado de uma ação da cúpula atual da legenda
© Jefferson Judy/Agência Senado
Política Tribuna
Em pronunciamento nesta quarta-feira (29), a senadora Kátia Abreu (TO) disse que sua expulsão do PMDB foi resultado de uma ação da cúpula atual da legenda que, segundo ela, é oportunista e envergonha o país com os casos de corrupção.
Ela ainda lembrou que, em 23 anos de vida pública, jamais envergonhou o Tocantins com acusações de apropriação de dinheiro público.
A senadora afirmou que, mesmo assim, os dirigentes do PMDB preferiram expulsá-la, mostrando que o partido já não é mais aquele dos tempos de Ulysses Guimarães e das Diretas Já.
"Amanhã eu vou botar em uma moldura dourada a minha expulsão porque, das mãos de onde veio, é um atestado de boa conduta para o meu currículo. Essas pessoas que me expulsaram não servem ao país. Eles se servem do país em seus benefícios próprios", protestou.
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A Comissão de Ética do PMDB decidiu, por unanimidade, no último dia 23, expulsar a senadora do partido. De acordo com o presidente da comissão, Eduardo Krause, os membros do colegiado acompanharam o voto da relatora do processo, Rosemary Soares Antunes Rainha.
“O partido acatará de imediato a decisão do Conselho de Ética, que expulsou a senadora Kátia Abreu. A medida demonstra nova fase de posicionamento do partido”, disse o presidente da sigla, Romero Jucá, em nota, quando da decisão. "Com a decisão, a senadora deverá ter cancelado o registro de filiação dela à legenda", completou.
Jucá, aliás, foi alvo direto da senadora, a quem chamou de "canalha, crápula e ladrão de vidas". A assessoria dele foi procurada e disse que o que o PMDB tem a falar já foi dito pelo Conselho de Ética do partido.
O processo para expulsar a senadora Kátia Abreu teve início em setembro do ano passado, após ela ter votado contra a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff, contrariando orientação do partido. Ele foi a ministra da Agricultura na gestão da petista. A senadora ainda tem feito críticas ao governo do presidente Michel Temer e se posicionado contra matérias enviadas pelo governo ao Congresso Nacional, como a reforma da Previdência.
Para a comissão de ética da legenda, a senadora feriu o decoro.