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Ministério Público denuncia Tacla Durán por lavagem de dinheiro

Tacla Durán teria atuado na lavagem do dinheiro por meio de seu escritório de advocacia

Ministério Público denuncia Tacla Durán por lavagem de dinheiro
Notícias ao Minuto Brasil

09:03 - 16/12/17 por Folhapress

Política Odebrecht

O Ministério Público Federal apresentou nesta sexta-feira (15) nova denúncia contra Rodrigo Tacla Durán, ex-advogado da Odebrecht. Ele é acusado de ter lavado dinheiro de propina proveniente de corrupção na Petrobras.

Segundo a denúncia, o ex-gerente da estatal Simão Tuma recebeu vantagens indevidas para viabilizar a contratação pela Petrobras do consórcio Pipe Rack, formado pela Odebrecht, Mendes Júnior e UTC Engenharia, para a realização de obras no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).

Também foram denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro Tuma e funcionários das empresas do consórcio. O ex-gerente foi denunciado, ainda, por organização criminosa, ao lado de Renato Rodrigues, ex-diretor da Odebrecht.

Tuma teria repassado ao consórcio informações sigilosas durante a fase licitatória e atuado para que o Pipe Rack fosse classificado em primeiro lugar na licitação, fechando contrato no valor inicial de R$ 1,87 bilhões. Em troca, teria recebido R$ 18 milhões, ou cerca de 1% do montante.

Para isso, Tacla Durán teria atuado na lavagem do dinheiro por meio de seu escritório de advocacia.

"Após repassados valores pelas empreiteiras a Rodrigo Tacla Durán, incumbia-lhe, mediante o pagamento e/ou a retenção de percentual do valor movimentado, possibilitar que valores em espécie fossem fornecidos aos representantes de importantes grupos empresariais (...) em território brasileiro, e/ou disponibilizar montantes em contas situadas no exterior cujos beneficiários finais eram, em regra, agentes públicos ou políticos", afirma a denúncia.

Segundo a Procuradoria, o escritório de Durán firmava contratos fictícios com as empreiteiras contratadas pela Petrobras, possibilitando a entrega de dinheiro em espécie via "caixa 2".

De acordo com a denúncia, Durán emitiu notas falsas no valor bruto de R$ 25,5 milhões.

Foram identificadas, segundo o Ministério Público, 35 operações de crédito/depósitos fracionados de Durán para Tuma, no valor total de R$ 294.200. Para não alertar as instituições bancárias, os valores dos depósitos ficavam, muitas vezes, abaixo de R$ 10 mil.

Tacla Durán é réu em outra ação, na qual também é acusado de lavagem de dinheiro em favor de empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. Vivendo na Espanha, ele é considerado foragido da Justiça.

LULA

O juiz Sergio Moro vem negando pedidos da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que Tacla Durán seja ouvido como testemunha no processo que trata da compra de terreno para o Instituto Lula por parte da Odebrecht.

Moro afirmou que, embora existam indícios de que Durán atuasse para o setor de propina da empreiteira, não há elemento que indique seu envolvimento no objeto da ação penal.

Além disso, Moro desqualificou a palavra do advogado. "A palavra de pessoa envolvida, em cognição sumária, em graves crimes e desacompanhada de quaisquer provas de corroboração não é digna de crédito."

Nesta sexta, a defesa de Lula pediu que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região reveja o posicionamento de Moro sobre a questão.

ACUSAÇÕES

Tacla Durán vem fazendo uma série de acusações contra o Ministério Público.

Em videoconferência na CPI da JBS, o advogado disse que tem em mãos uma perícia que mostra que os sistemas internos da Odebrecht foram adulterados antes de serem entregues à Procuradoria.

Assim, alguns documentos utilizados pela Procuradoria-Geral da República na denúncia contra o presidente Michel Temer seriam falsos.

Conforme noticiou a Folha de S.Paulo em agosto, Durán também acusa o advogado trabalhista Carlos Zucolotto, amigo e padrinho de casamento do juiz Sergio Moro, de intermediar negociações paralelas dele com a força-tarefa da Lava Jato. Com informações da Folhapress.

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