Marcelo Odebrecht deixa a prisão e vai para regime domiciliar
Ele saiu do local de carro e foi à Justiça Federal, onde colocará tornozeleira eletrônica
© Rodolfo Buhrer / Reuters / Foto de arquivo
Política Benefício
O empresário Marcelo Odebrecht deixou a prisão da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba (PR) por volta das 10h desta terça-feira (19). Ele saiu do local de carro e foi à Justiça Federal, onde colocará tornozeleira eletrônica.
Após dois anos e meio detido, Odebrecht agora cumprirá o mesmo tempo em prisão domiciliar, em um condomínio de luxo no Morumbi (SP). A expectativa é de que o executivo siga de jato particular para São Paulo.
Na prisão domiciliar, o empresário terá direito a duas saídas -uma para ir à formatura do ensino superior de uma de suas filhas, em 2018. Ele poderá receber visitas de 15 pessoas, cujos nomes deverão constar em uma lista a ser enviada para o juiz de execução penal de Curitiba.
Após o cumprimento da pena domiciliar, Odebrecht passará para o regime semiaberto diferenciado, com recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana e feriados. Em dezembro de 2022, o empresário ficará outros dois anos e meio em regime aberto.
+ Marcelo Odebrecht mira ex-aliados ao deixar presídio nesta terça
O executivo foi preso preventivamente pela Lava Jato em junho de 2015, na 14ª fase da operação. Em março de 2016, foi condenado pelo juiz Sergio Moro a 19 anos e 4 meses de prisão.
Em maio, assinou acordo de colaboração premiada. Após negociações, a punição foi fechada em dez anos, sendo dois e meio em regime fechado. Marcelo, ex-presidente do grupo, recebeu a sentença mais dura entre os delatores.
Conforme noticiou a Folha de S.Paulo, o empresário está convencido de que foi injustiçado e de que seu pai, Emilio, e aliados acabaram beneficiados pelos acordos.
Setenta e oito executivos da empreiteira fecharam colaboração com as autoridades. Delatores temem que o executivo indique omissões e imprecisões nos acordos.
A Odebrecht foi uma das principais empresas envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Lava Jato. A empreiteira é apontada como a que distribuiu mais propina.
Em maio, Moro homologou o acordo de leniência da Odebrecht, que prevê uma multa de cerca de R$ 3,8 bilhões em 23 parcelas anuais, com correção da taxa Selic -total estimado em R$ 8,5 bilhões. Com informações da Folhapress.