Gilmar Mendes pede investigação sobre suposta acusação de juiz do Rio
Na gravação, a pessoa se identifica como Glaucenir, que supostamente seria Glaucenir Silva de Oliveira, juiz da 100ª zona eleitoral do Rio de Janeiro
© Ueslei Marcelino / Reuters
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O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, pediu a abertura de uma investigação sobre um áudio que circula desde o início deste sábado (23) nas redes sociais com supostas acusações contra o magistrado.
Na gravação, a pessoa se identifica como Glaucenir, que supostamente seria Glaucenir Silva de Oliveira, juiz da 100ª zona eleitoral do Rio de Janeiro e responsável pelo pedido de prisão preventiva que levou o ex-governador Anthony Garotinho (PR) à cadeia em novembro passado.
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O político e sua mulher, a ex-governadora Rosinha Garotinho, também presa no mês passado, foram beneficiados por habeas corpus concedido por Gilmar Mendes na última quarta-feira (20).
O homem afirma no áudio, enviado em grupos de Whatsapp, que Gilmar "chefia" a crise do judiciário, que é "alvo de chacota" em todos os lugares do país.
Diz também que houve "uma quantia alta" envolvida para que o ministro decidisse pela liberdade dos presos (em relação a decisões recentes do ministro).
"Gilmar não tem vergonha na cara", fala o suposto juiz. "A mala foi grande".
A autenticidade do áudio não foi comprovada. A Folha de S.Paulo não conseguiu localizar o juiz Glaucenir Silva de Oliveira.
De acordo com nota divulgada pela assessoria do ministro, providências foram solicitadas ao Corregedor Nacional de Justiça, ministro João Otávio Noronha, e ao diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia.
Gilmar se referiu ao conteúdo do áudio como "graves acusações caluniosas à sua pessoa e às recentes decisões tomadas".
Também foram comunicados o presidente e o corregedor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.Ao fim da nota divulgada, Gilmar disse que suas decisões "são pautadas pelo respeito às leis e à Constituição Federal".
Garotinho, atingido por decisões de Glaucenir na Justiça Eleitoral, também reagiu ao áudio nas redes sociais. Em sua página no Facebook, afirma que as afirmações são "crime contra a honra", cujo objetivo é "desacreditar toda a justiça brasileira".
O político diz ainda que pedirá perícias no áudio para confirmar sua autoria. "Caso constatada a veracidade do referido áudio e as inúmeras inverdades nele contida, não nos restará outra medida senão o encaminhamento da gravação ao ministro ofendido, ao Conselho Nacional de Justiça e a presidente do STF [ministra Carmen Lúcia], para as providências cabíveis".
Garotinho foi preso em novembro, suspeito de liderar esquema de compra de votos por meio do programa social Cheque Cidadão. O político nega qualquer ilegalidade e afirma que sua prisão é parte de um complô de políticos contra denúncias recentes que fez em seu blog contra setores do judiciário fluminense.
Da primeira vez que foi preso neste ano, Garotinho alegou problemas de saúde para não ser transferido para a prisão. Partiu do juiz Glaucenir o pedido para que ele fosse transferido do hospital para um posto de saúde de uma cadeia pública do Rio.
"De nossa parte abrirmos novo processo criminal contra o juiz Glacenir Oliveira, que vem a ser o mesmo que inventou um suposto suborno e também quase provocou a morte súbita do Garotinho ao transferi-lo do hospital Souza Aguiar para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Gericinó, contra determinação médica", diz nota divulgada pelo político. Com informações da Folhapress.