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Após mortes, defesa de Maluf questiona atendimento médico na Papuda

Advogado sustenta o receio afirmando que "em um espaço curtíssimo de tempo, cerca de 24 horas", dois detentos morreram dentro do sistema em virtude de ataque do coração

Após mortes, defesa de Maluf questiona atendimento médico na Papuda
Notícias ao Minuto Brasil

09:35 - 03/01/18 por Estadao Conteudo

Política Regime

A defesa do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), preso desde o último dia 20 no Complexo Penitenciário da Papuda, afirmou nessa terça-feira (2), em nota, estar preocupada com a possibilidade de parlamentar, de 86 anos, não receber os devidos cuidados médicos na prisão.

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay, sustenta o receio afirmando que "em um espaço curtíssimo de tempo, cerca de 24 horas" dois detentos morreram dentro do sistema em virtude de ataque do coração.

"A informação que recebemos é que os primeiros socorros foram prestados por um detento que é médico, por falta de um médico de plantão no Centro de Detenção Provisório - CDP. E que, segundo a imprensa, faltou estrutura para o atendimento, inclusive, para o jovem de 22 anos", ressalta trecho da nota.

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Diagnosticado com câncer de próstata, Maluf aguarda na Papuda uma nova resposta do Instituto Médico-Legal (IML) sobre sua saúde. No último dia 26, o instituto afirmou que o deputado poderia ser tratado na prisão, apesar da gravidade do quadro de saúde. No dia seguinte, o juiz federal Bruno Macacari deu um prazo de dez dias para que o IML de Brasília responda aos 32 questionamentos apresentados pelos advogados sobre o estado de saúde do parlamentar, perguntas elaboradas a partir do primeiro laudo emitido.

Em função disso, a Justiça Federal do Distrito Federal adiou a decisão final sobre o pedido da defesa do deputado federal para que ele passe a cumprir prisão domiciliar.

Na nota divulgada nesta terça pela defesa, o advogado critica as condições do sistema carcerário. "Afinal, onde estão os médicos de plantão? Onde está a estrutura médica especializada e o pronto atendimento? Todos nós sabemos da trágica situação dos presídios brasileiros. Uma população carcerária que é a terceira maior do mundo, com quase 800 mil presos, a maioria, como o que morreu no réveillon, de presos provisórios. Uma tragédia brasileira", argumenta Kakay.

Maluf foi condenado, em maio de 2017, pelo Supremo Tribunal Federal a 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão por lavagem de dinheiro de desvios em obras, quando era prefeito de São Paulo (1993-1996). No dia 19 de dezembro, o ministro Edson Fachin ordenou a execução da pena em regime fechado.

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