'Forças do golpe não têm candidato para vencer Lula', diz Dilma
Ex-presidente participou de ato internacional de apoio ao petista, que será julgado pelo TRF-4 nesta quarta-feira (24)
© Rafael Marchante / Reuters
Política Porto Alegre
Em ato internacional de apoio ao direito de Lula ser candidato, que ocorre ao longo desta segunda-feira (22), em Porto Alegre, a ex-presidenta Dilma Rousseff foi muito aplaudida ao traçar o que chamou de raio-x do golpe, dividindo-o em três atos, sendo o último a tentativa de afastar o petista da disputa eleitoral deste ano.
A fala da presidenta se deu no evento “Diálogos Internacionais pela Democracia”, organizado pelas fundações Perseu Abramo e Maurício Grabois, que conta com a presença de políticos, sindicalistas e membros de entidades da sociedade civil da América Latina e Europa, dentro da programação de atos marcados em defesa de Lula, daqui até o dia 24.
“O golpe não é um ato único. O ato inaugural foi o impeachment. Criminalizou-se a política fiscal do meu governo, chamando nosso modelo anticíclico contra a crise de ‘gastança’. Depois, quando tomaram o poder, imprimiram um projeto completamente neoliberal que havia sido derrotado por quatro vezes consecutivas nas urnas. Finalmente, agora, com o uso do lawfare, utilizando processos jurídicos para vencer o inimigo, querem tirar Lula do processo eleitoral, porque sabem que não produziram nenhum candidato para concorrer com Lula”, resumiu Dilma.
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Na parte da manhã, também falaram a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e uma série de representantes da esquerda latina e europeia: Sandra Lazo, vice-presidenta da Frente Ampla, do Uruguay, Francisco Cafiero, da Coppal (Conferência Permanente de Partidos Políticos da América Latina), Marco Consolo, do Partido da Esquerda Européia, Oscar Laborde, da Frente Transversal da Argentina, Victor Baez, da Confederação Sindical das Américas, e Marita Gonzales, da Confederação Geral dos Trabalhadores a Argentina.
Gleisi voltou a afirmar que condenar Lula sem provas será uma violência contra ele, contra a democracia e contra o povo brasileiro. “O Brasil não vai aceitar passivamente outra decisão que não seja declarar Lula inocente. O TRF-4 tem a oportunidade de mostrar isenção e fazer Justiça pela primeira vez neste processo.”