Morte de Marielle choca Justiça Eleitoral, diz ministro Luiz Fux
Presidente do TSE repudiou o assassinato da vereadora: "A sociedade sofre muito, mas não se cala e não há de se calar"
© Nelson Jr./SCO/STF
Política Pesar
Ao abrir a sessão de julgamentos desta quinta-feira (15), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, manifestou, em nome da Corte, repúdio ao assassinato da vereadora Marielle Franco, integrante da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, bem como de seu motorista, Anderson Pedro Gomes. Defensora dos Direitos Humanos e crítica à violência, a vereadora foi assassinada a tiros na noite de ontem (14), no centro da cidade.
“Nós da Justiça Eleitoral, responsáveis por velar pela higidez do processo democrático, estamos extremamente consternados pela morte da vereadora Marielle Franco. Há uma assertiva que permeia a posição do tribunal que nesses momentos a sociedade sofre muito, mas não se cala e não há de se calar. Em nome de todos os colegas da bancada e dos servidores deste tribunal, gostaria de manifestar nosso profundo pesar pela trágica morte da vereadora”, disse o presidente.
Ele afirmou, ainda, estar “chocado que, no mundo de hoje, se tente calar a voz política através de uma atitude que demonstra um baixíssimo déficit civilizatório”.
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O TSE, disse o presidente Luiz Fux, presta solidariedade aos amigos e familiares da vereadora, “que nesse momento passam por intensa dor de uma perda por motivos que se anulam pela bastardia da própria origem”.
“Em nome de todos os colegas, peço licença para enviar a todas as pessoas que, como ela, lutaram e continuam lutando por um Brasil melhor, mais justo e com mais igualdade, o nosso recolhimento e nosso abraço sentido e sofrido”, finalizou.
O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, representando o Ministério Público Eleitoral, associou-se às palavras do presidente da Corte e lembrou que há uma semana “celebrávamos o Dia da Mulher e hoje pranteamos uma mulher que representa quem levanta-se em defesa da luta por dignidade. A luta por dignidade e respeito à igualdade nas eleições é o papel essencial desta Corte”, lembrou.
Em seguida, a advogada Maria Cláudia Bucchianeri Pinheiro pediu a palavra para falar em nome das advogadas que atuam na Corte Eleitoral.
“Hoje é um dia que nós, mulheres, estamos todas enlutadas. Marielle era uma vereadora combativa, defensora dos Direitos Humanos, feminista ativa e defensora da causa de todas nós. Hoje, tombamos todas as mulheres ao lado de Marielle, na certeza de que sua voz continuará ecoando entre nós”, enfatizou.