Filho de Bolsonaro questiona postura do PSOL e ignora morte de Marielle
Ao contrário do que fez a maioria dos políticos e autoridades nacionais e internacionais, Eduardo Bolsonaro se ateve às suspeitas levantadas sobre o envolvimento da polícia no crime
© Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil
Política Internet
No dia seguinte ao assassinato da vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL-RJ), morta com quatro tiros na cabeça, no centro da capital fluminense, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do também deputado e presidenciável Jair Bolsonaro, usou suas redes sociais para falar sobre o caso.
Ao contrário do que fez a maioria dos políticos e autoridades nacionais e internacionais, Eduardo optou por questionar a postura do partido de Marielle, ao invés de prestar condolências à família e aos amigos da vereadora.
"Mais uma lição: se você morrer seus assassinos serão tratados por suspeitos, salvo se você for do PSOL, aí você coloca a culpa em quem você quiser, inclusive na PM. Eis o verdadeiro preconceito, a hipocrisia. 'Para os meus amigos tudo, aos demais a lei'", escreveu ele, no Twitter.
O deputado não repudiou o crime, a violência, e também não cobrou investigação sobre o caso, até a publicação desta matéria. "Vão falar, refalar, bater, repetir tanto que a vereadora foi executada por um PM mesmo sem uma prova concreta disso. Daí quando surgir uma possibilidade qualquer de se ligar o crime a policial em particular, pronto, ele já estará condenado", afirmou, em outra publicação na rede.
Quatro dias antes do crime, Marielle fez denúncias contra o Batalhão de Irajá (41ºBPM), em seu perfil nas redes sociais, dizendo que a unidade estava "aterrorizando e violentando moradores de Acari", comunidade na zona norte do Rio.
Vão falar, refalar, bater, repetir tanto que a vereadora foi executada por um PM mesmo sem uma prova concreta disso. Daí qnd surgir uma possibilidade qualquer de se ligar o crime a Policial em particular, pronto, ele já estará condenado. pic.twitter.com/vNjKHeaR5d
— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) 15 de março de 2018
Mais uma lição: se você morrer seus assassinos serão tratados por suspeitos, salvo se você for do PSOL, aí você coloca a culpa em quem você quiser, inclusive na PM. Eis o verdadeiro preconceito, a hipocrisia. "Para os meus amigos tudo, aos demais a lei".
— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) 15 de março de 2018
Com a vereadora, no momento do ataque, ainda estavam o motorista dela, Anderson Pedro Gomes, que também foi assassinado, e sua assessora, atingida por estilhaços, mas que passa bem. Os criminosos fugiram sem levar nada.
No início da noite, horas antes do crime, Marielle Franco havia participado de um evento de apoio a mulheres negras chamado "Jovens Negras Movendo as Estruturas", na Rua dos Inválidos, na Lapa.
Socióloga, Marielle foi assessora parlamentar do deputado estadual Marcelo Freixo, seu colega no PSOL, antes de se eleger vereadora. Em 2016, foi a quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro. Na Câmara de Vereadores, presidia a Comissão de Defesa da Mulher.