Falta só prender Temer, 'chefe da organização criminosa', diz Randolfe
PF cumpriu mandados de prisão contra José Yunes, o ex-ministro de Agricultura Wagner Rossi e o coronel Lima, todos aliados do presidente
© Ana Volpe/Agência Senado
Política Declaração
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) elogiou, nesta quinta-feira, a decisão do Supremo Tribunal Federal de determinar a prisão do ex-assessor do presidente Michel Temer José Yunes e disse que agora "falta só Temer", a quem classificou como "chefe de organização criminosa".
Além de Yunes, outros amigos próximos do presidente foram alvos de prisão temporária, por causa de investigação sobre a edição do Decreto dos Portos. Os mandados de prisão são do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, mas foram pedidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Parabéns ao ministro Barroso, que não cedeu às ameaças de impeachment do pitbull de Temer, Carlos Marun, e mandou boa parte dos comparsas do presidente ao xilindró, na investigação dos Portos. Falta só Temer, o chefe da organização criminosa, que, por hora, prefere delirar com a fantasia da reeleição e com o conforto da impunidade presidencial", disse por meio de nota.
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"Barroso só dá bons exemplos do STF que a cidadania brasileira deseja: rigoroso e célere, mas sempre justo, sem fazer distinções quanto ao poder econômico e envergadura política do réu. Barroso acaba com o mito de um STF lento e ineficiente: mostra que o que falta a facções do Tribunal é a boa vontade em fazer seu papel e cumprir a Lei e a Constituição que deveriam proteger", complementou.
Além de Yunes, foram presos o presidente da empresa Rodrimar, Antonio Celso Grecco, o ex-ministro de Agricultura Wagner Rossi e o coronel da reserva da PM João Batista de Lima Filho, o coronel Lima. Milton Ortolan, auxiliar de Wagner Rossi, também foi preso. As ordens de prisão são temporárias - por cinco dias.
O presidente Michel Temer é um dos alvos da investigação e está sob suspeita de beneficiar a empresa Rodrimar na edição do decreto voltado ao setor portuário. Em fevereiro, Barroso esticou o inquérito por 60 dias. O Decreto dos Portos foi pivô de um diálogo no dia 4 de maio entre Temer e seu então assessor Rodrigo Rocha Loures, alvo do grampo da Polícia Federal e que ficou conhecimento como "homem da mala".
A interceptação ocorreu em meio ao processo de delação premiada de executivos do Grupo JBS, entre eles Joesley Batista. José Yunes é amigo de Temer há mais de 50 anos. O empresário foi assessor do emedebista na Presidência.