Doria chama França de 'Márcio Cuba', e governador entra com ação
Foi o primeiro embate de alta temperatura entre os pré-candidatos ao governo de São Paulo
© Nacho Doce / Reuters
Política Provocação
No primeiro embate de alta temperatura entre os pré-candidatos João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB), o tucano atacou o atual ocupante do Palácio dos Bandeirantes, nessa quinta-feira (12), e o governador reagiu, anunciando que pedirá ao MP-SP (Ministério Público do Estado) que investigue se houve crime contra sua honra.
Doria, que vem adotando a tática de associar o adversário à extrema esquerda -ligação que o governador rechaça-, repetiu o discurso durante uma entrevista à rádio Jovem Pan: se referiu ironicamente a ele como "Márcio Cuba" (depois se corrigiu) e disse que o socialista idolatrava o ex-presidente Lula (PT).
Falou ainda que o oponente na disputa pelo governo estadual não tem nenhuma realização para mostrar, que usa a estrutura pública para "fazer política partidária o dia inteiro" e que alicia prefeitos e deputados, com verbas e cargos, em busca de apoio para sua campanha.
França também tem disparado na direção do tucano. Diz que ele é "uma pessoa sem palavra", por não ter cumprido o compromisso de ficar na Prefeitura de São Paulo até o fim do mandato.
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O socialista postou texto numa rede social respondendo no mesmo tom. Escreveu que "o prefeito que abandonou a cidade de São Paulo" fez "aquilo que ele sabe fazer de melhor: mentir, plantar o ódio e semear a divisão".
O chefe do Executivo disse que entrará com uma representação no MP-SP por causa de mentiras ditas pelo tucano. A avaliação foi a de que Doria pode ter cometido crime contra a honra (categoria do Código Penal que inclui injúria, difamação e calúnia).
"Tenho apenas a lamentar a postura de um homem como ele, que deveria entender a política como instrumento de consenso, diálogo e conciliação", disse o governador.
Em 2016, França foi um dos líderes das articulações que ajudaram a eleger Doria prefeito. O hoje governador, então vice de Geraldo Alckmin (PSDB), fez campanha para o tucano e diz que essa é a maior prova de que ele não é de extrema esquerda.
Dois anos depois, a conversa é outra. "O caso do prefeito que abandonou SP é psicológico, e não político", afirmou o governador. Com informações da Folhapress.