Deputados vão processar juíza que impediu visita de comissão a Lula
"O Poder Legislativo tem autonomia e jamais uma magistrada de primeira instância poderia contrariá-la", disse o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta
© Antonio Cruz/Agência Brasil
Política Abuso
Deputados do PT anunciaram, nesta terça-feira (24), em Curitiba, que vão impetrar mandado de segurança contra a juíza da Vara de Execuções Penais, Carolina Moura Lebbos, que impediu uma comissão da Câmara dos Deputados de visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na superintendência da Polícia Federal, nesta terça-feira (24).
Lula está detido no local, desde o último dia 7, por ordem do juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância. O magistrado também proibiu que ele receba a visita de amigos. Apenas advogados e familiares estão autorizados a ver o petista.
O ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex no Guarujá (SP).
“Eu fico me perguntando o que essa juíza quer com essas atitudes de impedir as visitas legais ao ex-presidente Lula. Ela já comprou briga com a igreja católica, ao não permitir que o frei Leonardo Boff prestasse conforto espiritual ao presidente Lula. Impediu o conforto religioso, mostrando hostilidade com a igreja”, destacou o deputado Wadih Lula Damous.
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O parlamentar ainda lembrou que Carolina Lebbos também barrou a entrada de nove governadores que queriam visitar o presidente Lula e impediu a presença do prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel.
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta, reforçou o discurso. “Ela proibiu o acesso de deputados, de uma comissão oficialmente constituída pelo presidente da Câmara dos Deputados. O Poder Legislativo tem autonomia e jamais uma juíza de primeira instância poderia contrariá-la. A juíza rasgou a Constituição e violou as prerrogativas de poder", criticou ele, à porta da superintendência.
Ainda segundo ele, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, será comunicado sobre o fato, para que possa "tomar as providências políticas".
Os deputados foram informados pelo superintendente da PF sobre o despacho da juíza impedindo a visita.