Investigado, Alckmin diz que não passa 'a mão na cabeça de criminoso'
Pré-candidato do PSDB à presidência da República, tucano esteve nos estados do Maranhão e do Piauí, no último fim de semana
© Stringer/Reuters
Política Eleições
No último fim de semana, o pré-candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, esteve no Nordeste, especificamente nos estados do Maranhão e do Piauí, os mais pobres da região.
Ao chegar em ambos, não despertou a atenção de simpatizantes. Foi recebido por lideranças políticas locais e seguiu rumo à agenda de compromissos.
Ao discursar, defendeu o Bolsa Família, responsável pela popularização do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na área. O petista é o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto para as próximas eleições, embora se encontre preso.
No entanto, ao se referir ao programa,, responsável por tirar o Brasil do mapa da fome, fez ressalvas. “O Bolsa Família é importante. Vamos manter e, tendo necessidade, até ampliar. Agora, você tem que fazer crescer a atividade econômica. O agronegócio vai crescer”, afirmou, de acordo com informações da Folha de S. Paulo.
+ Temer cogita desistir da reeleição e apoiar um candidato de centro
Alckmin tem aparecido com apenas 3% da preferência do eleitorado. Sua popularidade na região visitada é pequena, mas ele garante que dará atenção especial ao local. “Estamos preparando um grande projeto para o Nordeste”, destacou.
Para atrair os eleitores, deu a receita: “Emprego e renda, emprego e renda, emprego e renda”. Já para vencer a rejeição ao PSDB no Nordeste, sugeriu a solução: “Verdade, verdade, verdade”, pontuou. “Mentira tem perna curta. Segundo, coragem. Só não vou chegar ao exagero que ouvi em São Luís de que é preciso ter coragem de mamar em onça parida”, brincou.
Mantendo uma fala cuidadosa, para não soar arrogante, o ex-governador de São Paulo também usou bastante o estado como exemplo. “São Paulo é igualzinho ao Brasil. Tem regiões muito ricas e outras muito pobres. É investir em infraestrutura, hospital, universidade, tudo nas regiões que precisam mais. Nas mais ricas, você faz com o setor privado.”
Questionado sobre ser alvo de investigações, e sobre como fez para se livrar delas, reagiu: “Não sei se entendi bem a pergunta”. Depois, completou: “A rigor, a Justiça não tem cor. É para todos. Não desacreditamos da Justiça nem passamos a mão na cabeça de criminoso”, limitou-se a dizer o ex-governador.
A investigação que corria contra ele na Operação Lava Jato, sobre suspeita de caixa dois, foi enviada à Justiça Eleitoral. Nessa nova condição, as punições, se houver, serão mais brandas.