Sensíveis à aliança com Ciro, governadores petistas se reúnem em BH
Objetivo é discutir cenário político após a prisão do ex-presidente Lula
© Manoel Marques / Imprensa MG
Política Eleições
A convite do anfitrião, o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), os demais governadores petistas se reúnem nesta quinta-feira (17) em Belo Horizonte para discutir o cenário político após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na sexta-feira (18), os petistas se reúnem com os demais governadores do Nordeste para um debate sobre a bacia do Rio do São Francisco. Pimentel também participará do encontro em Pernambuco. Na pauta informal, está a sucessão presidencial.
Segundo petistas, Pimentel já começa a admitir, em suas conversas, a hipótese de aliança em favor da candidatura presidencial de Ciro Gomes (PDT), com quem ele conversa diretamente.
Outros governadores do campo da esquerda, como Flávio Dino (PCdoB-MA) e Rui Costa (PT-BA), já manifestaram publicamente simpatia por uma aliança com Ciro.
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Patrocinador do encontro desta quinta, Pimentel também concorda em particular com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), em busca de um acordo mútuo.
Pelo acerto, o PT abriria mão da candidatura da vereadora Marília Arraes no estado para apoiar a reeleição de Câmara. Em troca, o ex-prefeito Márcio Lacerda (PSB) retiraria sua candidatura ao governo de Minas em favor da reeleição de Pimentel.
Os partidos buscam manter o governo em estados considerados prioritários. Nesta terça (15), o presidente do PSB, Carlos Siqueira, teve encontro com a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e com o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).
Embora haja conversas para consolidar o apoio mútuo, as candidaturas de Arraes e Lacerda não foram desmobilizadas. Ao contrário, estão mantidos eventos previstos para os próximos dias e não há a intenção de desistir.
Próximo de Ciro, Lacerda chegou a ser cogitado para a vaga de vice na chapa presidencial do PDT. A desistência do ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa (PSB) em concorrer ao Planalto pode aproximar as siglas.
Toda essa movimentação contraria a cúpula petista. Reunido na segunda-feira (14), o comando do partido reafirmou a decisão de lançar a candidatura de Lula, ainda que ele esteja preso. Para dirigentes do PT, Lula deixou clara a pretensão de disputar em carta enviada ao partido. Na carta, o ex-presidente afirma que a desistência soaria como confissão de culpa.
Dirigentes petistas afirmam ainda que apoiar outro nome no momento em que não foram esgotados todos os recursos legais em defesa de Lula seria uma traição. Com informações da Folhapress.