Defesa de Lula faz perícia e nega tese de que Odebrecht reformou sítio
Exame foi realizado no sistema MyWebDay, utilizado pelo "departamento de propinas" da empreiteira para gerenciar dados contábeis e financeiros
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Política Atibaia
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai anexar ao processo sobre o sítio de Atibaia, nos próximos dias, o resultado de uma perícia realizada no sistema MyWebDay, utilizado pelo "departamento de propinas" da Odebrecht para gerenciar dados contábeis e financeiros.
De acordo com informações da coluna Painel, da Folha de S. Paulo, o objetivo é mostrar que não há referência a Lula nos arquivos, ou quaisquer outras informações que vinculem o ex-presidente a atos ilícitos relacionados à Petrobras.
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Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), a Odebrecht e a OAS pagaram reformas feitas no sítio de Atibaia, utilizado por Lula e pela família dele, com recursos desviados de contratos superfaturados da estatal.
“Parte dos valores de vantagem indevida acertados nos referidos contratos teria sido destinada a agentes da Petrobras e parte a 'caixas gerais de propinas' mantidas entre os grupos empresariais e agentes do Partido dos Trabalhadores. Parte dos valores foram utilizados em reformas do aludido sítio de Atibaia”, diz o MPF.
Ao aceitar a denúncia, o juiz Sérgio Moro considerou haver “indícios suficientes” de autoria e materialidade, sendo “inevitável algum aprofundamento na valoração e descrição das provas”. A defesa de Lula nega os ilícitos.